terça-feira, 11 de setembro de 2018

A PRIMEIRA SEMANA DO MIRADA 2018



        Nesta terça feira se encerra a primeira semana desse que é um dos mais importantes festivais internacionais de teatro que se realiza no país e sua relevância maior está em concentrar a atenção nos  países da América Latina, tão próximos, mas ao mesmo tempo tão distantes do nosso conhecimento. Sabemos muito mais sobre os Estados Unidos e sobre os países europeus do que sobre nossos vizinhos. Por ter caráter ibero-americano, o Mirada também contempla espetáculos vindos da Espanha e de Portugal. A cada edição o festival homenageia um país e em 2018 a homenageada é a Colômbia que se apresenta com nove espetáculos e uma instalação.

        Sob o título de Encontros de Vozes e Urgências a dramaturga Dione Carlos e o diretor e dramaturgo André Guerreiro Lopes organizaram mesas dentro das atividades formativas para discutir assuntos importantíssimos para a nossa realidade com a participação de profissionais envolvidos nos espetáculos. Tais mesas estão mobilizando e emocionando o público que toda manhã comparece às mesmas e muitas vezes suplantam em força dramática os espetáculos apresentados. Não foram poucos os que saíram com lágrimas nos olhos do encontro mediado por Rosane Borges que reuniu Leda Maria Martins, Grace Passô e a chilena Marcela Salinas. Outra participação emocionante foi a da exuberante mexicana Conchi León, dando um baile de frescor quanto à causa feminista. Lucero Millán da Nicarágua foi o maior exemplo do quanto a realidade é mais dramática que a ficção. Abaixo alguns momentos das mesas:






        Até o momento tive a oportunidade de assistir a 11 espetáculos, três deles já comentados neste blog. Dos oito restantes cabe destacar a delicadeza do ritualístico Del Manantial Del Corazón do México que inclui até a participação de um bebê num batizado Maia; a virulência do anárquico e destrutivo Quando Estallan las Paredes do mesmo Teatro Petra do já comentado Labio de Liebre; a energia e a beleza do grupo de dança colombiano Sankofa naquele que talvez seja o espetáculo (La Ciudad de los Otros) que literalmente tirou todo mundo da poltrona na sua surpreendente apresentação. Na sua fala a já citada Leda Maria Martins disse que “No tambor pulsa o coração do Cosmos”. Esta aí o espetáculo do Sankofas para comprovar tal assertiva.

Del Manantial del Corazón (México)

Sankofas (Colômbia)

        Temos quatro dias pela frente que com certeza serão portadores de muitas coisas para alimentar nossos corações e mentes.
        Não posso de deixar registrada aqui a maneira profissional e elegante com a qual o SESC tem tratado aqueles que estão cobrindo o Festival.

        11/09/2018 (Triste data onde recordamos a instalação da sangrenta ditadura militar de Pinochet no Chile em 1973 e a destruição do World Trade Center em Nova York em 2001)

Nenhum comentário:

Postar um comentário