Nesta
terça feira se encerra a primeira semana desse que é um dos mais importantes
festivais internacionais de teatro que se realiza no país e sua relevância
maior está em concentrar a atenção nos
países da América Latina, tão próximos, mas ao mesmo tempo tão distantes
do nosso conhecimento. Sabemos muito mais sobre os Estados Unidos e sobre os
países europeus do que sobre nossos vizinhos. Por ter caráter ibero-americano,
o Mirada também contempla espetáculos vindos da Espanha e de Portugal. A cada
edição o festival homenageia um país e em 2018 a homenageada é a Colômbia que
se apresenta com nove espetáculos e uma instalação.
Sob
o título de Encontros de Vozes e
Urgências a dramaturga Dione Carlos e o diretor e dramaturgo André
Guerreiro Lopes organizaram mesas dentro das atividades formativas para
discutir assuntos importantíssimos para a nossa realidade com a participação de
profissionais envolvidos nos espetáculos. Tais mesas estão mobilizando e
emocionando o público que toda manhã comparece às mesmas e muitas vezes
suplantam em força dramática os espetáculos apresentados. Não foram poucos os
que saíram com lágrimas nos olhos do encontro mediado por Rosane Borges que
reuniu Leda Maria Martins, Grace Passô e a chilena Marcela Salinas. Outra
participação emocionante foi a da exuberante mexicana Conchi León, dando um
baile de frescor quanto à causa feminista. Lucero Millán da Nicarágua foi o
maior exemplo do quanto a realidade é mais dramática que a ficção. Abaixo alguns momentos das mesas:
Até
o momento tive a oportunidade de assistir a 11 espetáculos, três deles já
comentados neste blog. Dos oito restantes cabe destacar a delicadeza do
ritualístico Del Manantial Del Corazón
do México que inclui até a participação de um bebê num batizado Maia; a
virulência do anárquico e destrutivo Quando
Estallan las Paredes do mesmo Teatro Petra do já comentado Labio de Liebre; a energia e a beleza do
grupo de dança colombiano Sankofa
naquele que talvez seja o espetáculo (La
Ciudad de los Otros) que literalmente tirou todo mundo da poltrona na sua
surpreendente apresentação. Na sua fala a já citada Leda Maria Martins disse
que “No tambor pulsa o coração do Cosmos”.
Esta aí o espetáculo do Sankofas para
comprovar tal assertiva.
Del Manantial del Corazón (México)
Sankofas (Colômbia)
Temos
quatro dias pela frente que com certeza serão portadores de muitas coisas para
alimentar nossos corações e mentes.
Não
posso de deixar registrada aqui a maneira profissional e elegante com a qual o
SESC tem tratado aqueles que estão cobrindo o Festival.
11/09/2018
(Triste data onde recordamos a instalação da sangrenta ditadura militar de
Pinochet no Chile em 1973 e a destruição do World Trade Center em Nova York em
2001)
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