Hoje
termina a 6ª Mostra Internacional de
Teatro de São Paulo, prova de resistência mais uma vez vencida pelos
guerreiros Antonio Araújo e Guilherme Marques.
Por
questão de agenda só pude acompanhar os espetáculos internacionais da Mostra de Espetáculos e mesmo nesse eixo
deixei de assistir a Partir com Beleza
(França) e a Paisagens Para Não Colorir (Chile), este último muito
elogiado por todos que o viram.
Da
decepção com o semi amador O Alicerce das
Vertigens (Congo/França), passando pelo tédio provocado por três excelentes
atores com sua variação ad infinitum
sobre um único tema em Mágica de Verdade (Inglaterra), chegamos àqueles
que considero os grandes momentos da mostra.
Os
três espetáculos de Milo Rau todos tendo uma criativa vertente do teatro
documentário como base foram excelentes: A
Repetição (Bélgica), o mais
significativo, já foi alvo de matéria neste blog; Cinco Peças Fáceis (Bélgica) segue o mesmo esquema de metateatro
(apresentação dos atores), de uso de recursos cinematográficos (a mesma cena
acontecendo na tela e no palco) e de apresentação dos créditos em telão e trata
de maneira tocante, principalmente nas peças 3 (relato da menina sequestrada) e
4 (relato do pai de uma menina assassinada) do tema da pedofilia; Compaixão, a História da Metralhadora (Bélgica/Alemanha)
trata de maneira interessante a relação colonizador/colonizado com duas
excelentes atrizes, mas excede na verborragia no interminável monólogo da atriz
branca.
Democracia (Brasil/Chile) também já foi
tratada neste blog, mas reforço aqui o resultado muito teatral a partir de
texto, a princípio totalmente antidramático, do escritor Alejandro Zambra e a
presença da grande atriz Trinidad González no ótimo elenco.
E
por último o soco no estômago da MITsp 2019: o solo da atriz Silvia Calderoni
em MDLSX (Itália). Usando seu corpo como protagonista; dançando; falando;
manipulando objetos, figurinos e câmera e denunciando o que o mundo chama de
normalidade Silvia Calderoni faz uma das mais importantes denúncias contra o
preconceito e a ideologia de gênero. Como seria bom esfregar esse espetáculo na
cara da Dona Damares Alves! Corajosa na exposição do seu corpo e dos problemas
que enfrentou na vida, Calderoni fecha com chave de ouro a ala internacional da
MITsp.
Não
posso deixar de citar o único espetáculo nacional a que assisti: A Boba de Wagner Schwartz que foi da
expectativa e curiosidade pela consistência da proposta até a grande decepção
pelo vazio do resultado.
A MITsp foi muito além dessa minha visão
parcial e restrita com as outras estreias nacionais, a importante MITbr que
apresenta espetáculos nacionais para programadores estrangeiros, olhares
críticos e ações pedagógicas.
Parabéns
e obrigado Tó e Guilherme!!
E
que venha a MITsp 2020!
O
TEATRO NOS UNE,
O
TEATRO NOS FAZ FORTES,
VIVA
O TEATRO!
24/03/2019
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