Quem
é essa mulher chamada Dolores? Pela sua entrada triunfal em cena, supõe-se que
ela seja uma estrela no auge da fama que está ali para receber os louros e
aplausos de seus fãs adoradores, mas aos poucos o público vai percebendo que não
é bem assim e que ela tem um quê da atriz decadente Norma Desmond, icônica
personagem do filme de Billy Wilder Sunset
Boulevard (1950). Apesar de ter
apenas 50 anos Dolores sente estar no seu crepúsculo por conta de todos os
tombos que a vida lhe deu. Em tom narrativo ela conta sua história desde a
infância em um circo até o momento presente, tendo sido usada pela maioria das
pessoas com quem conviveu.
Apesar
de muito bonita e exuberante para uma estrela decadente, Lara Córdulla convence
e tem uma grande interpretação que contrasta com seu também excelente trabalho
como a introvertida e fria filha de O
Mal-Entendido de Albert Camus (2018). Mérito para a atriz que demonstra
assim a sua versatilidade.
Marcelo Várzea, autor e diretor.
Dolores é uma peça que depende
totalmente da atriz que a interpreta e o maior mérito do diretor Marcelo
Várzea, também autor, foi escolher a melhor intérprete para o papel e deixá-la à
vontade para desenvolver a personagem. Várzea contou também com cenários e
figurinos de Marcio Macena, com uma gostosa e correta trilha sonora de Raul Teixeira
e com o belíssimo desenho de luz de Cesar Pivetti e Vânia Jaconis que, além de
criar o clima propício para a ação, conduz toda a movimentação da atriz.
DOLORES
está em cartaz às terças e quartas às 21h no Instituto Capobianco, que agora
conta com o aconchegante café liderado por Alex Galvão e Carlos Colabone. Até
14/08
10/06/2019
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