segunda-feira, 10 de junho de 2019

DOLORES


 
       Quem é essa mulher chamada Dolores? Pela sua entrada triunfal em cena, supõe-se que ela seja uma estrela no auge da fama que está ali para receber os louros e aplausos de seus fãs adoradores, mas aos poucos o público vai percebendo que não é bem assim e que ela tem um quê da atriz decadente Norma Desmond, icônica personagem do filme de Billy Wilder Sunset Boulevard (1950). Apesar de ter apenas 50 anos Dolores sente estar no seu crepúsculo por conta de todos os tombos que a vida lhe deu. Em tom narrativo ela conta sua história desde a infância em um circo até o momento presente, tendo sido usada pela maioria das pessoas com quem conviveu.
       Apesar de muito bonita e exuberante para uma estrela decadente, Lara Córdulla convence e tem uma grande interpretação que contrasta com seu também excelente trabalho como a introvertida e fria filha de O Mal-Entendido de Albert Camus (2018). Mérito para a atriz que demonstra assim a sua versatilidade.
 
Marcelo Várzea, autor e diretor.
 
       Dolores é uma peça que depende totalmente da atriz que a interpreta e o maior mérito do diretor Marcelo Várzea, também autor, foi escolher a melhor intérprete para o papel e deixá-la à vontade para desenvolver a personagem. Várzea contou também com cenários e figurinos de Marcio Macena, com uma gostosa e correta trilha sonora de Raul Teixeira e com o belíssimo desenho de luz de Cesar Pivetti e Vânia Jaconis que, além de criar o clima propício para a ação, conduz toda a movimentação da atriz.
 
 
       DOLORES está em cartaz às terças e quartas às 21h no Instituto Capobianco, que agora conta com o aconchegante café liderado por Alex Galvão e Carlos Colabone. Até 14/08
 
       10/06/2019

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