Apesar
de abordar temas espinhosos e tristes como fome e pobreza, o texto de Rudinei
Borges dos Santos é poético e de uma beleza comovente. Confessional e intimista
no papel, quando transposto para o palco pelo próprio autor transformou-se em
espetáculo épico e grandiloquente. O personagem único foi dividido entre três
atores, utilizando mais um recurso de distanciamento do teatro épico. Tal fato
causou estranheza a este espectador, mas há que se respeitar a proposta do
encenador, ainda mais quando ele próprio é o autor.
A
instalação cênica de Andreas Guimarães contém significativos adereços e tem a
suavidade e a beleza que senti ao ler o texto. O mesmo se pode dizer da
preciosa participação musical de Juh Vieira.
O
elenco formado por Edi Cardoso, Geraldo Fernandes e Leandro Lago segue a
proposta do encenador.
Arrimo é mais um espetáculo do Núcleo Macabéa e vem enriquecer o
repertório do grupo que já nos ofereceu, entre outros, Transamazônica e a obra prima Dezuó:
Breviário das Águas, todos eles de autoria de seu idealizador Rudinei
Borges dos Santos, que mapeia e documenta com muita força e poesia as agruras da
região norte do país e de seu povo.
O programa da peça contém o texto completo da peça e é uma preciosidade. Não deixe de lê-lo.
O programa da peça contém o texto completo da peça e é uma preciosidade. Não deixe de lê-lo.
ARRIMO
está em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade de quarta a sexta às 20h e
aos sábados às 18h. Grátis. NÃO DEIXE DE VER.
01/02/2020
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