sábado, 22 de fevereiro de 2020

VAGALUZ



       Sexta feira brumosa de carnaval. O povo nos blocos, nos postos de viagem ou curtindo a noite garoenta em casa. Cidade vazia. SESC Pompeia inacreditável e melancolicamente vazio. Teatro vazio.
 

       Mas o teatro não pode parar e o espetáculo Vagaluz aconteceu para oito privilegiados espectadores.
 
 
       Com seus grandes, belos e expressivos olhos claros, Lídia Engelberg se junta à forte presença cênica e ao vozeirão de Edgar Campos para falar da memória, tanto das lembranças revividas pelos dois e pelo diretor Antonio Januzelli, como daquelas que eles ouviram falar. Em pouco menos de uma hora a atriz e o ator relatam pequenas histórias, umas engraçadas, outras tristes, outras até cruéis, mas todas elas embaladas por uma delicadeza, que é a marca registrada do espetáculo.

       O querido Janô sempre consegue extrair o máximo de seus atores e quando ele conta com elenco talentoso como Lídia e Edgar, o resultado é surpreendente e enriquecedor.

       Vagaluz acontece no aconchegante Espaço Cênico do SESC Pompeia, camaleônico espaço teatral com suas charmosas paredes de tijolinhos à vista que adquire notáveis novas caras dependendo da vontade dos diretores, cenógrafos e iluminadores que por ali aportam. No caso de Vagaluz, basta um palco vazio, duas cadeiras, a iluminação de Thiago Zanotta e o talento de Janô, Lídia e Edgar para o espectador se encantar com a beleza e a humanidade das histórias contadas.

       Conforme escrevi acima o grupo (Janô estava presente) apresentou o espetáculo com todo o empenho e emoção para a reduzida plateia, mas esse trabalho merece casas lotadas e pode ser conferido até 01 de março de quinta a sábado às 21h30 e domingo às 18h30.

 

       22/02/2020

 

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