Eu tenho muito pouco
a acrescentar à matéria que escrevi a respeito desse emocionante musical quando
o assisti virtualmente em outubro de 2021. June Weimar foi substituída pela
bela Leona Jhovs e houve também algumas mudanças na composição da banda. A
apresentação presencial ganha em emoção ao ser apresentada no belo espaço
cênico concebido na forma de cabaré e que se presta também à encenação de Cabaret
dos Bichos, também em cartaz no Núcleo Experimental, que assim
tem atividades teatrais TODOS os dias da semana, como nos bons tempos.
Segue abaixo uma reprodução da matéria citada acima:
“Toda homenagem que se faça à
militante da causa LGBT - e eu acrescentaria, verdadeira heroína - Brenda Lee é
pouco.
Nascida no interior pernambucano em 10
de janeiro de 1948 foi batizada com um nome para macho nenhum botar defeito:
Cícero Caetano Leonardo, mas seu lado feminino logo floresceu e ela adotou o
nome de Caetana. Ao mudar para São Paulo com apenas quatorze anos passou a usar
Brenda Lee, talvez em homenagem à cantora norte-americana que na época abalava
os corações juvenis com Jambalaya e Emotions. Foi barbaramente assassinada com
dois tiros em 28 de maio de 1996 com apenas 48 anos.
Brenda Lee foi capaz de gestos
humanitários incomuns abrigando em sua casa homossexuais perseguidos e mais
tarde pessoas contaminadas pelo vírus da AIDS. A casa, a princípio conhecida
como Palácio das Princesas, tornou-se depois referência no combate a AIDS com o
nome de Casa de Apoio Brenda Lee. Sua trajetória é digna de todos os louvores e
merecedora de estudos, de homenagens, de biografias e por que não? De um lindo
musical!
Fernanda Maia (dramaturgia, letras e
direção musical), Rafa Miranda (música original e preparação vocal) e Zé
Henrique de Paula (direção e figurinos) são os principais responsáveis por
recriar musicalmente em um palco momentos da vida de Brenda Lee, contando com
uma preciosa equipe na coreografia (Gabriel Malo), na preparação de atores
(Inês Aranha), na iluminação (Fran Barros), na cenografia (Bruno Anselmo), no
visagismo (Diego D’urso) e na direção audiovisual (Laerte Késsimos) e com
elenco brilhante e talentoso de seis travestis.
Mesclando as biografias de Brenda Lee
e de algumas de suas hóspedes com borbulhantes números musicais inspirados
naqueles que aconteciam na icônica boate Medieval, o espetáculo flui como gole
de champagne durante seus 100 minutos de duração. Para tanto são essenciais as
bonitas melodias de Rafa Miranda, enriquecidas pelas letras precisas de
Fernanda Maia.
Verônica Valenttino é presença
poderosa interpretando Brenda Lee. Olivia Lopes, Marina Mathey, Tyller Antunes,
Ambrosia e June Weimar interpretam algumas das meninas que foram hóspedes do
Palácio; elas cantam, dançam e são excelentes atrizes quando o drama assim
exige. Fábio Redkowicz faz uma participação como o médico que se propôs a
atender pacientes na Casa de Apoio.
Brenda Lee e o Palácio das Princesas
vem se somar a Cabaret dos Bichos, dois experimentos musicais muito bem
sucedidos apresentados virtualmente pelo Núcleo Experimental. Enquanto o
segundo faz uma crítica feroz aos regimes totalitários, o primeiro esbanja
humanidade e solidariedade ao contar a saga da memorável Brenda Lee. O Brasil
precisaria de mais gente com esse espírito. VIVA BRENDA LEE!!”
E
mais uma vez: VIVA BRENDA LEE e todas/todos aqueles que lutam no combate aos
preconceitos, sejam eles quais forem!
Cartazes do Teatro do Núcleo Experimental:
-
CABARET DOS BICHOS – Segundas, terças e quartas às 21h – Até 22/06.
- BRENDA LEE E O PALÁCIO DAS PRINCESAS - De quinta a sábado às 21h e aos domingos às 20h – Até 03/07.
13/06/2022
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