Daquelas surpresas
que fazem o gaudio do espectador!
Eu já havia me deliciado
com Fuente Ovejuna (2017) e Conto de inverno (2019) da
companhia Sem Querer de Tentativas Teatrais, as duas últimas peças da Trilogia
da Taverna iniciada em 2015 com O Inspetor Geral, todas elas
apresentadas na Sala Espelho do extinto e saudoso Viga Espaço Cênico
em belíssimo cenário criado por Kleber Montanheiro.
Depois de uma parada
forçada devido à pandemia da covid, eis que a trupe liderada por Juliano Barone
volta com toda a energia com esse excelente 3x1 Tebas que apresenta de
uma só vez a Trilogia Tebana de Sófocles (497 A.C. – 406 A.C.) em
uma sofisticada adaptação da dramaturga Solange Dias que inclui novos textos e
canções. Solange faz recorte preciso na trilogia dando ênfase à principal e
mais perfeita delas que é Édipo Rei apresentando em sequência versões
mais condensadas de Édipo em Colono e Antígona.
O grupo define-se
como especializado em teatro para a juventude, mas este espetáculo transcende
qualquer classificação etária atingindo jovens e adultos, característica aliás que
já se percebia em seus outros espetáculos.
Elenco
afinadíssimo de jovens e experientes atores pertencentes à companhia
encarrega-se junto com os veteranos Luiz Amorim (Tirésias) e Joca Andreazza
(Creonte), das principais personagens das três tragédias: Marcus Veríssimo
(Édipo), Juliana Arguello (Antígona), Monique Fraraccio (Ismênia), Pedro Casali
(Teseu), Edi Cardoso (Jocasta) e Dani Duarte (Polinices). O côro, também afiado,
comenta a ação ora falando, ora cantando as composições do diretor musical
Wagner Passos. A parte instrumental é executada ao vivo por um grupo de cinco músicos.
É
gratificante e emocionante ver os veteranos Luiz Amorim e Joca Andreazza
contracenando com o elenco mais jovem e ainda mais gratificante testemunhar as
viscerais interpretações de Marcus Veríssimo, Juliana Arguello e Monique
Fraraccio.
Nota-se
o cuidado na produção do espetáculo nos mínimos detalhes: cenário com cordas
que delimitam o espaço e figurinos de Kleber Montanheiro, iluminação precisa de
Gabriele Souza, máscaras criadas por Jair Correia e direção de movimento por
Bruna Longo. Cada um desses itens somado à excelência na interpretação e na
direção de Juliano Barone revelam o alto nível profissional do trabalho que não
pode se restringir a essa curta e pouco divulgada temporada.
O
espetáculo é uma coprodução dos núcleos Educatho e Sem Querer de Tentativas
Teatrais e está em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade APENAS até o
próximo sábado, dia 1º,
portanto CORRA!! Sessões de quarta a sábado às 15h, com sessão extra na quarta
às 19h30.
IMPERDÍVEL.
28/03/2023
Caro Cetra.
ResponderExcluirÉ uma honra ter o seu olhar tão afiado e suas palavras generosas.