Conhecendo o tema do filme indiano “A Última Sessão”, o meu lado pesquisador foi atrás do que minha memória trouxe de tantos filmes que tratavam de assunto parecido: o cinema.
O primeiro que me veio à mente foi “A Última Sessão de Cinema” (1971), o nostálgico filme de Peter Bogdanovich em branco e preto sobre o fechamento do único cinema de uma pequena cidade.
Giuseppe Tornatore foi o diretor do mais queridinho do público que foi “Cinema Paradiso” (1988). Philippe Noiret e o garoto Salvatore Cascio garantiam a emoção e a empatia com o público.
No ano seguinte Ettore Scola realizou aquele que para mim é o melhor filme sobre o assunto: “Splendor” (1989) com Marcelo Mastroainni, Massimo Troisi e Marina Vlady, sobre um homem dono de um cinema ao qual o público não vai mais por conta das modernidades surgidas (e pensar que o filme ainda não levava em conta as modernidades da informática que estavam apenas começando). Filme pouco conhecido que vale a pena ser descoberto.
E há um documentário brasileiro menos conhecido ainda, que é “Cine São Paulo” (2017) de Felipe Tomazelli e Ricardo Martensen que trata da reforma que o cidadão Francisco Teles realizou para modernizar um antigo cinema da cidade de Dois Córregos. Aqui a nostalgia dos três filmes anteriores transforma-se em esperança: a cidade ganha de volta o seu cinema.
Foi assim que me dirigi ao charmoso CineSESC para assistir ao filme de Pan Nalin (1965-). Para começar não concordo com o apelo comercial de chamar o filme de “Cinema Paradiso indiano”. A única semelhança com o filme de Tornatore é que se trata da visão de uma criança, mas o desenvolvimento do filme de Nalin segue por outros caminhos mostrando a decadência do celulóide e das técnicas de projeção até então utilizadas, mostrando também como a modernidade influiu nos usos e costumes para o bem e para o mal. A visão de uma Índia rural é outro dos atrativos do filme.
Mal comparando “A Última Sessão” está mais para “Splendor” e “Cine São Paulo” do que para “Cinema Paradiso”, este último só emociona, enquanto os outros também fazem pensar.
O Cine SESC realiza anualmente a mostra AMOR AO CINEMA. Um ciclo mostrando esses filmes que falam de cinema (deve haver muitos outros) seria muito interessante. Fica a sugestão para a querida Simone Yunes e seu adjunto Rodrigo que acabei de conhecer na última semana, aos quais desejo muito sucesso na administração/programação desse tesouro que é o CineSESC.
A ÚLTIMA SESSÂO está em cartaz com exclusividade no Cine SESC em sessão única às 20h.
IMPERDÍVEL.
04/01/2025
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