Joseli Rodrigues/Salete Fracarolli/Cleide Queiroz/Maria do Carmo Soares
Foto de Sillas H e Vini Poffo
A
poesia de Alphonsus de Guimarães (1870-1921) que dá título a esse delicado
espetáculo é um dos mais belos exemplos da poesia simbolista brasileira.
Merecidamente ela aparece por duas vezes na montagem. No início, belamente
musicada por Tato Fischer, e quase ao final quando é dita por Joseli Rodrigues entremeada
por outra poesia dita por Salete Fracarolli. Na sua doce loucura Ismália
consegue o feito de ter o céu e o mar ao mesmo tempo. E a doce loucura do grupo
As Tias consegue o feito de nos
deliciar por uma hora com o que de mais belo os poetas brasileiros do final do
século XIX produziram.
Recital
de poesia? Não! Por meio de criativo roteiro elaborado pelo grupo e pelo
diretor Fernando Cardoso essas deliciosas quatro damas indignas interpretam,
cantam e até dançam o melhor que os poetas escreveram tendo a liberdade de
cantar a Canção do Exílio de
Gonçalves Dias com a melodia de Torna a
Surriento e até fazer uma paródica interpretação de uma música brega (A Noiva) que fez muito sucesso nos anos
1950 nas vozes de Agnaldo Rayol e Cauby Peixoto (Branca e radiante vai a noiva...).
Com
suas vastas experiências de palco Maria do Carmo Soares e Cleide Queiroz
dominam a cena, muito bem acompanhadas por Salete Fracarolli e Joseli
Rodrigues. A simpática figura de Tato Fischer faz o acompanhamento musical ao
piano, eterna presença no palco da Biblioteca Mário de Andrade, que desta vez
tem função nobre em um espetáculo.
Quando Ismália Enlouqueceu não pretende
revolucionar a cena teatral brasileira, mas é espetáculo digno e divertido que
enaltece de maneira lúdica a literatura e a poesia brasileira, não caindo em
momento algum no didatismo . Isso não é pouco!
Em
cartaz na Biblioteca Mário de Andrade até 17/02 aos sábados e domingos às 18h. Ingressos
gratuitos.
20/01/2019
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