Sexta
feira brumosa de carnaval. O povo nos blocos, nos postos de viagem ou curtindo
a noite garoenta em casa. Cidade vazia. SESC Pompeia inacreditável e
melancolicamente vazio. Teatro vazio.
Mas
o teatro não pode parar e o espetáculo Vagaluz
aconteceu para oito privilegiados espectadores.
Com
seus grandes, belos e expressivos olhos claros, Lídia Engelberg se junta à
forte presença cênica e ao vozeirão de Edgar Campos para falar da memória,
tanto das lembranças revividas pelos dois e pelo diretor Antonio Januzelli,
como daquelas que eles ouviram falar. Em pouco menos de uma hora a atriz e o
ator relatam pequenas histórias, umas engraçadas, outras tristes, outras até
cruéis, mas todas elas embaladas por uma delicadeza, que é a marca registrada
do espetáculo.
O
querido Janô sempre consegue extrair o máximo de seus atores e quando ele conta
com elenco talentoso como Lídia e Edgar, o resultado é surpreendente e
enriquecedor.
Vagaluz acontece no aconchegante Espaço Cênico do SESC Pompeia, camaleônico
espaço teatral com suas charmosas paredes de tijolinhos à vista que adquire
notáveis novas caras dependendo da vontade dos diretores, cenógrafos e
iluminadores que por ali aportam. No caso de Vagaluz, basta um palco vazio, duas cadeiras, a iluminação de Thiago
Zanotta e o talento de Janô, Lídia e Edgar para o espectador se encantar com a
beleza e a humanidade das histórias contadas.
Conforme
escrevi acima o grupo (Janô estava presente) apresentou o espetáculo com todo o
empenho e emoção para a reduzida plateia, mas esse trabalho merece casas
lotadas e pode ser conferido até 01 de março de quinta a sábado às 21h30 e
domingo às 18h30.
22/02/2020