Trata – se de uma
adaptação da peça de Patrick Hamilton (1904-1962) realizada por Jô Soares e
Matinas Suzuki Jr para a qual Jô idealizou a encenação, fato interrompido com
sua doença e morte e a direção foi completada por Maurício Guilherme.
O objetivo do
espetáculo é apenas entreter durante hora e meia, com uma pitada de suspense
aqui e outra de humor ali, sem se aprofundar na questão do assédio moral e/ou físico da
qual a protagonista é vítima, e esse objetivo é atingido, haja vista a
entusiasmada reação da plateia que até aplaude a cena em que a “mocinha” toma
as rédeas da situação.
Produção caprichada
idealizada pelo incansável Giovani Tozi com sugestivo cenário de Marco Lima
envolto em uma imensa teia de aranha, luz fundamental para o desenvolvimento da
trama desenhada por César Pivetti, envolvente trilha sonora de Ricardo Severo e
figurinos assinados por Karen Brusttolin.
O afiado elenco é
composto por Leandro Lima em ótima composição do Inspetor; Kéfera Buchmann como
a bela e sedutora criada e também responsável por interessante e divertido
prólogo em típico “número de cortina” estimulando a participação do público;
Neusa Maria Faro em bem vindo retorno aos nossos palcos e, pelo casal
protagonista, Erica Montanheiro em ótima intervenção, principalmente, nos dois
terços finais onde pode liberar seus dotes humorísticos herdados de sua
participação no grupo Os Fofos Encenam e Giovani Tozi, responsável pelo
equilíbrio entre o humor e o suspense pretendido pela encenação e até lembrando
fisicamente Charles Boyer, intérprete dessa personagem na versão filmada da
peça datada de 1944. A adorável Erica não se parece com Ingrid Bergman, mas também
está linda em cena.
É muito saudável assistir a um espetáculo como Gas Light, um verdadeiro respiro em tempos tão conturbados. Típico do Jô Soares, não é mesmo?
GAS LIGHT está em cartaz no Teatro Procópio Ferreira até 06 de novembro com sessões às sextas e aos sábados às 21h e aos domingos às 19h.
11/10/2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário