A atriz Rosana Maris
fez exaustiva pesquisa sobre a vida e a obra de Dolores Duran (1930-1959) a
qual resultou em um texto teatral que numa primeira leitura durou, segundo ela,
quatro horas.
Depois dos, como sempre sofridos e necessários
cortes, o texto chegou ao formato atual de um belo e dinâmico show/espetáculo
de pouco mais de hora e meia.
Para tal resultado Rosana
se cercou de profissionais do quilate de Luiz Fernando Marques na direção,
Fernanda Maia na preparação musical, Denise Weinberg na sua preparação de
atriz, além de três excelentes músicos que a acompanham nas canções: Marcelo
Farias (piano), Pedro Macedo (contrabaixo) e Rodrigo Snaches (bateria).
O cenário concebido
pelo diretor é dividido em três ambientes: a casa de Dolores com um criativo armário
de onde a atriz, a cada puxada de gaveta, retira todos os objetos necessários
para ilustrar as cenas; um palco com microfone de pedestal e um bar onde estão os
músicos.
O espetáculo tem
caráter intimista e Rosana incorpora Dolores Duran de tal maneira que o público
sente que é ela que está ali contando fatos de sua vida e cantando para nós.
A dramaturgia de
Rosana contempla a presença de outras e outros artistas que foram importantes
para Dolores como Julie Joy, Marisa Gata Mansa, Maysa, Vinicius de Moraes e o
saudoso Tom Jobim, em um dos momentos mais emocionantes da apresentação.
Rosana também não
esquece de indicar o preconceito contra as mulheres e os negros tanto na época
de Dolores como nos dias de hoje, mas ressaltando que agora a presença de
cantoras negras na vida artística brasileira é bem maior do que na década de
1950.
Dolores minha
composição
é espetáculo agradabilíssimo de ser assistido e muito importante por trazer um
pouco da vida e obra de Dolores Duran, uma grande cantora/compositora hoje um
pouco esquecida e até desconhecida das novas gerações.
O espetáculo está em
cartaz no Itaú Cultural até 16/04 de quinta a sábado às 20h e aos domingos às
19h. Entrada gratuita.
04/04/2023
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