sexta-feira, 28 de abril de 2023

MIRÓ - ESTUDO Nº 2

 

Giordano, Bruno, Mário. Erivaldo, Lucas, Pedro e uma passante
Foto de Pedro Escobar 

Um pouco de história.

Meu primeiro contato com essa turma querida do Grupo Magiluth se deu em 2012 durante o Festival de Curitiba em um ensaio da peça Aquilo Que Meu Olhar Guardou Para Você na Casa Hoffmann. Foi amor à primeira vista com Erivaldo, Giordano, Lucas (a cena do balão de ar enchido por Maria Rosa jamais sairá da minha lembrança como uma das cenas mais tocantes que já presenciei em um teatro) e os dois Pedros. Nesse mesmo ano assisti aqui em São Paulo a outros dois preciosos trabalhos do grupo: Torto (solo do Giordano) e Canto de Gregório. A partir daí acompanhei todos os trabalhos do Magiluth, sempre que se apresentaram em São Paulo. Um dos Pedros saiu, Mário e Bruno entraram e a terra deu muitas voltas   até chegar ao excelente Apenas o Fim do Mundo em 2019. Veio a pandemia e não tive a oportunidade de assistir ao elogiado Tudo Que Coube Numa VHS apresentado virtualmente. Em 2022, o grupo apresentou Estudo Nº 1 Morte e Vida, o qual confesso que não me entusiasmou.

Chegou a vez do Estudo Nº2 e fiquei meio receoso de assistir depois do Nº1, mas não podia deixar de ir prestigiar e dar um abraço nos amigos pernambucanos.

 

Miró – Estudo Nº2

A peça começa com um delicioso prólogo, excelente exemplo de meta teatro, que já conquista a plateia, onde os três atores buscam a melhor definição de pessoa/personagem, protagonista, antagonista, coadjuvante e figurante. Nessa cena há uma hilária intervenção virtual de Pedro Wagner dando instruções de como o artista deve dirigir o seu olhar. Erivaldo se apossa da função de protagonista e através dele que começamos a saber um pouco da vida e obra do poeta, também pernambucano, Miró da Muribeca (1960-2022).

A partir daí o espetáculo, escrito e dirigido coletivamente, se utiliza de várias formas para ilustrar a vida de Miró (não confundir com o pintor catalão) e os poemas que escreveu sobre a periferia pernambucana.

Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira e Giordano Castro se desdobram em cena atuando e manipulando o som e a luz realizando uma coreografia harmoniosa, diferente daquela anárquica, presente no Estudo Nº1.

Com linguagem altamente teatral e atraente, o Magiluth volta aos seus dias de glória, ainda sem a presença de Mário, Lucas e Pedro, os quais espero que também estejam presentes nas próximas e já bem-vindas encenações do grupo.

A curta temporada do espetáculo no Itaú Cultural termina no próximo domingo, dia 30/04, com sessões de quinta a sábado às 20h e domingos às 19h.

CORRA!!

28/04/2023

 

 

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