Um pouco de história.
Meu primeiro contato
com essa turma querida do Grupo Magiluth se deu em 2012 durante o Festival
de Curitiba em um ensaio da peça Aquilo Que Meu Olhar Guardou
Para Você na Casa Hoffmann. Foi amor à primeira vista com Erivaldo,
Giordano, Lucas (a cena do balão de ar enchido por Maria Rosa jamais sairá da
minha lembrança como uma das cenas mais tocantes que já presenciei em um teatro)
e os dois Pedros. Nesse mesmo ano assisti aqui em São Paulo a outros dois preciosos
trabalhos do grupo: Torto (solo do Giordano) e Canto de Gregório.
A partir daí acompanhei todos os trabalhos do Magiluth, sempre que se
apresentaram em São Paulo. Um dos Pedros saiu, Mário e Bruno entraram e a terra
deu muitas voltas até chegar ao
excelente Apenas o Fim do Mundo em 2019. Veio a pandemia e não
tive a oportunidade de assistir ao elogiado Tudo Que Coube Numa VHS
apresentado virtualmente. Em 2022, o grupo apresentou Estudo Nº 1 Morte e
Vida, o qual confesso que não me entusiasmou.
Chegou a vez do Estudo
Nº2 e fiquei meio receoso de assistir depois do Nº1, mas não podia
deixar de ir prestigiar e dar um abraço nos amigos pernambucanos.
Miró – Estudo Nº2
A peça começa com um
delicioso prólogo, excelente exemplo de meta teatro, que já conquista a plateia,
onde os três atores buscam a melhor definição de pessoa/personagem,
protagonista, antagonista, coadjuvante e figurante. Nessa cena há uma hilária
intervenção virtual de Pedro Wagner dando instruções de como o artista deve
dirigir o seu olhar. Erivaldo se apossa da função de protagonista e através
dele que começamos a saber um pouco da vida e obra do poeta, também
pernambucano, Miró da Muribeca (1960-2022).
A partir daí o
espetáculo, escrito e dirigido coletivamente, se utiliza de várias formas para
ilustrar a vida de Miró (não confundir com o pintor catalão) e os poemas que
escreveu sobre a periferia pernambucana.
Bruno Parmera,
Erivaldo Oliveira e Giordano Castro se desdobram em cena atuando e manipulando
o som e a luz realizando uma coreografia harmoniosa, diferente daquela
anárquica, presente no Estudo Nº1.
Com linguagem
altamente teatral e atraente, o Magiluth volta aos seus dias de glória, ainda
sem a presença de Mário, Lucas e Pedro, os quais espero que também estejam
presentes nas próximas e já bem-vindas encenações do grupo.
A curta temporada do
espetáculo no Itaú Cultural termina no próximo domingo, dia 30/04, com
sessões de quinta a sábado às 20h e domingos às 19h.
CORRA!!
28/04/2023
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