Em
2015 o cenógrafo Kleber Montanheiro criou um ambiente de taverna no espaço
alternativo do Viga Espaço Cênico
para a peça O Impostor Geral do Núcleo Sem Querer de Tentativas Teatrais. Terminada a temporada do
espetáculo o cenário ali permaneceu voltando a ser utilizado um pouco
modificado em Fuente Ovejuna (2017),
segundo espetáculo do grupo. A Companhia
Nefanda também chegou a utilizá-lo em parte com sua A Comédia dos Erros (2018). Para completar sua Trilogia da Taverna, o Núcleo ali apresenta agora Conto de Inverno.
Tudo
é tragédia na Sicília, enquanto tudo (ou quase tudo!) é comédia na Boêmia.
Shakespeare é realmente surpreendente! Esta peça começa no estilo de suas
tragédias e termina como um conto de fadas. Só um gênio para fazer isso de forma
tão harmoniosa.
A
direção de Juliano Barone e seus jovens atores captaram muito bem esses dois
aspectos da obra realizando um espetáculo tão harmonioso e equilibrado como o
original.
Merece
destaque a tradução e adaptação de Bruna Longo que usa linguagem coloquial e
até toma a liberdade de utilizar texto de Brecht (salvo engano, a última fala
de A Exceção e a Regra) para encerrar
o espetáculo.
É
muito estimulante ver grupo jovem realizando trabalho sério e competente
endereçado especialmente a jovens espectadores. Não há melhor maneira de formar
novos públicos do que apresentar a eles espetáculos comunicativos e bem
realizados. Conto de Inverno atinge e
agrada desde o espectador mais sofisticado até aquele que está indo pela
primeira vez ao teatro.
O
jovem elenco é bonito, bom e muito espontâneo e fica difícil destacar esta ou
aquela participação em conjunto tão uniforme. As belas músicas apresentadas ao
vivo são compostas por elementos do grupo, mas poderiam ser mais baixas para
não cobrir, em certos momentos, as falas dos atores.
Gostoso
de assistir, Conto de Inverno é
apresentado aos domingos, segundas e terças às 15h no Viga Espaço Cênico até
21/05 (as apresentações de segunda e terça feira são gratuitas).
15/05/2019
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