Os maiores méritos de
Benditas Mulheres, que teve uma pré estreia na noite de ontem no Teatro
Renaissance, são o carinho e o respeito com que a autora Célia Forte
homenageia uma profissional fundamental do teatro que, em geral, é o último
nome a aparecer nas fichas técnicas dos espetáculos, isso quando não é
simplesmente ignorada: a camareira.
Otila é a mais bem
acabada e com certeza a mais humana e divertida entre as quatro personagens
retratadas na divertida peça de Célia. Escrito especialmente para ela, Claudia
Missura deita e rola no papel, sendo responsável pelas maiores gargalhadas da
plateia e por aplausos em cena aberta. Em certos momentos Otila nem faz parte
dos diálogos, mas suas reações com olhares e pequenos gestos acabam desviando a
atenção do espectador para si. A personagem cai como uma luva para a atriz, que
tem excelente tempo de comédia. Lembro-me que quando Célia comentou comigo
sobre a peça, as personagens e o elenco, eu disse a ela “Tenho certeza que a
Claudia Missura fará a camareira”.
Otila, assim como a
Olímpia de Trair e Coçar É Só Começar deve se inserir no panteão das
grandes personagens femininas cômicas e muito humanas do teatro brasileiro.
Uma das cenas mais
divertidas da peça é com certeza o ensaio da peça que as atrizes estão
preparando e é uma pena que ela seja relativamente curta. Propositalmente caricatural,
vai crescer bastante quando o espetáculo ganhar maior ritmo.
Percebe-se o carinho
com que Elias Andreato dirigiu o espetáculo enfatizando certo tom poético já
presente no texto da autora.
A produção da peça, muito bem cuidada, é outro mérito desta divertida e humana investida de Célia Forte em nossa dramaturgia.
08/10/2021
Esta matéria contou com a colaboração de Arnaldo D’Ávila.
SERVIÇO:
BENDITAS MULHERES
estreia em 08 de outubro às 21h30 no Teatro Renaissance.
Sessões às sextas e sábados
às 21h30
Vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/69194
Duração: 80 minutos
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