Este fim de semana
chuvoso e muito frio está com cara daqueles dias de inverno de junho e julho.
No sábado havia tanta
neblina e depois garoa forte, que eu cheguei à conclusão que a Dorothy de O
Mágico de Oz estava certa: “There’s no place like home”.
Saí pela manhã para comprar
frutas e comer pastel na feira e depois me entoquei em casa colocando aquele
agasalho velho e gostoso que não faz dobras no corpo. Assisti a duas peças que
não me disseram muito, continuei a releitura do livro do Boal, tomei sopa acompanhada
de vinho. Sábado típico de confinamento pandêmico.
Com esse espírito de
confinado fui dormir por volta da meia noite e tive um sonho mais confinado
ainda: estava em casa cumprindo quarentena e houve um apagão total. Tudo
escuro, sem telefone, sem internet, sem música, sem comunicação total. Sensação
de clausura. Meio apavorado saí para a rua. Tudo escuro, não se via nada.
Fiquei com medo de ser assaltado e comecei a cantar muito alto para afugentar
os eventuais ladrões. Muito assustado, cantava cada vez mais alto e acabei
acordando com os meus próprios gritos. Coração batendo forte. Acendi a luz para
me certificar que não havia apagão. Tomei uma decisão ali mesmo às três horas
da manhã: “Amanhã, faça chuva ou faça sol, eu vou passear o dia inteiro, vestido
com as roupas e as armas de Jorge, é claro!
E foi assim. Acordei
às 10 horas, o tempo continuava frio e chuvoso. Tomei meu café, catei máscara e
guarda chuva e fui viver o domingo frio e chuvoso que para mim estava
ensolarado e belo.
Avenida Paulista, programa
de paulistano! Comprei jornal, remédios na Drogaria São Paulo.
Hora do almoço. Onde?
Aspargus (será que está aberto?), MacDonald’s, Bob’s ou Habib’s (nem
pensar, neste domingo especial, nesses fast foods que carregam uma apóstrofe no
nome!).
Lembrei do Gula
Gula, o charmoso restaurante que abriu em um casarão na esquina da Rua
Padre João Manuel com a Alameda Santos. Caro? Talvez. Mas, por que não uma
extravagância no primeiro domingo depois de receber a aposentadoria?
E lá fui eu para o Gula
Gula. A beleza interna combina com a externa. Bom atendimento. Gente bonita
atendendo e comendo. Sem frescura. O prato principal (escolhi uma lasanha de berinjela)
não é muito mais caro do que um combo nas casas das apóstrofes. A conta subiu
com a taça de vinho chileno, a mousse de chocolate (uma generosa porção) e o
cafezinho final. Gastei cerca de R$150,00, mas saí de lá feliz e satisfeito.
Para completar o
domingo: Livraria Martins Fontes. Adoro vasculhar nas estantes da livraria e
acabei achando um livro com quatro peças do Tiago Rodrigues, encenador e
dramaturgo português que nos surpreendeu e encantou na MITsp de 2020 com By Heart
(ao vivo) e Sopro (on line), que deixou de ser apresentada em razão do
início da pandemia em março daquele ano. Os textos das duas peças fazem parte
do livro, além de Natalie Wood, Três Dedos Abaixo do Joelho e Antonio
e Cleópatra.
Metrô e ônibus para
casa. Cheguei gelado, coisa que um banho quente resolveu na hora.
Único senão desse
domingo desconfinado: uma dorzinha contínua em local bem inadequado.
Só liguei o note book
para escrever estas mal traçadas linhas!!
BOA NOITE.
10/10/2021
Ótimo programa para um domingo chuvoso. Fui ver Mais e Menos Dias, da cia. Elevador. Já viu? Ótima. Leia minha resenha no Facebook. Abraços
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