Se você é daquelas ou
daqueles que adoram uma maminha mal passada sangrando fique longe deste
espetáculo.
O texto foi escrito
por Luh Maza ainda adolescente e quando ainda atendia por Luciano. Realço isso
porque é bastante importante saber que a virulência do texto contra o machismo
e a sensibilidade da mulher que perpassam toda a ação da peça tenham brotado da
imaginação de alguém que era visto como um rapaz. Isso só pode ter ocorrido
porque, independentemente do corpo, a alma de Luh já era feminina.
Reginaldo Nascimento
do Teatro Kaus Cia. Experimental ambientou a peça em uma cozinha onde os
móveis brancos estão manchados de sangue. Amália Pereira em um trabalho intenso
e corajoso interpreta aquela mulher oprimida cuja maior função é preparar a
maminha para seu macho em um abate que se assemelha àquele sofrido pelo animal do
qual vem a carne.
Nesse processo de
violência, seja física ou moral, essa mulher tem um surto onde se vê como
Jesus, o símbolo maior do cristianismo que, como não podia deixar de ser, é um
homem.
Facas, carnes e muito
sangue são uma constante neste espetáculo que não dá trégua ao espectador.
Pelas condições em
que foi filmado a atriz tem pouca movimentação em cena, permanecendo acuada/encostada
em uma parede praticamente durante toda a ação. Quando for apresentada em um
teatro a peça vai se enriquecer com a movimentação da atriz e com sua interação
com o público, bem mais emocionante do que atuar para uma câmera.
De qualquer maneira, enquanto o presencial não chega, vale a pena conhecer este forte trabalho em sua versão virtual.
01/12/2021
SERVIÇO:
Temporada de 03/12 a
19/12 de sexta a domingo às 20h
Acesso: YouTube das
Oficinas Culturais do Estado de SP
Gratuito
Não recomendado para
menores de 18 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário