É incrível a potência desse espetáculo da Velha Companhia. Trata-se de um verdadeiro fenômeno nunca igualado por nenhum outro espetáculo nesses 60 anos que eu acompanho o teatro brasileiro.
Estreou sem grande alarde em outubro de 2012 no Instituto Capobianco, eram 35 espectadores para 14 artistas em cena (12 intérpretes e dois músicos). Os 35 corações presentes em cada sessão pulsavam mais forte ao final e tornavam-se transmissores da beleza da peça, criando o conhecido boca a boca que lotou todas as sessões apresentadas.
Os prêmios APCA e Shell vieram coroar a trajetória da peça que circulou por vários palcos paulistanos, pelo Festival de Curitiba e pelo Rio de Janeiro sempre com casa cheias durante sete anos (as últimas apresentações aconteceram em maio de 2018 no SESC Pompeia).
Este espectador apaixonou-se de tal maneira pelo espetáculo que o assistiu 14 vezes, viajando para Curitiba e para o Rio de Janeiro para vê-lo em outras praças.
A peça criou uma legião de fãs e a pergunta que surgia não era “Você viu CAIS?”, mas “Quantas vezes você viu CAIS”?
Havia uma disputa gostosa entre mim e meu querido e saudoso amigo Carlos Colabone sobre quem viu mais vezes CAIS. Ao final ele ficou com 15 e eu com 14. A empatia com o grupo era tão bonita e espontânea que Carlos levava vinho do Porto e eu bolo de pão de queijo para festejar com eles ao final do espetáculo.
Outra coisa inacreditável é que a peça é remontada 13 anos depois com praticamente o elenco original. As exceções foram a entrada de Roberto Borenstein como o barco Sargento Evilásio devido à doença e morte do querido Walter Portella, a substituição de Maristela Chelala por Tatiana de Marca ainda no início da primeira temporada e a saída do músico Umanto, criador da belíssima trilha sonora executada ao vivo agora por Tadeu Mallaman e Bruno Menegatti.
Eu escrevi e repito que Kiko Marques escreveu a primeira obra prima teatral do século XXI e ela está de volta para apenas oito apresentações gratuitas no TUSP Butantã, a partir de 07 de fevereiro.
Meu coração está se preparando para:
- Reencontrar Magnólia, Bonifácio, Berenice, Waldeci, Walcimar, Walciano, Andreia Polaca, Cachorrinho, Juciara, Nilmar, Barco Sargento Evilásio e a adorável Poita Rosiméri no palco e
- Abraçar as queridas/os queridos Virginia Buckowski, Maurício de Barros, Alejandra Sampaio, Kiko Marques, Marcelo Laham, Marco Aurélio Campos, Tatiana de Marca, Marcelo Diaz, Patrícia Gordo, Marcelo Marothy, Roberto Borenstein e a tão adorável como sua personagem, Rose de Oliveira ao final da jornada.
ESSE É O TEATRO BRASILEIRO EM QUE EU ACREDITO.
OBRIGADO KIKO MARQUES E A VELHA COMPANHIA.
27/01/2025