Meu primeiro contato
com essa incrível e talentosa família sorocabana foi em 2009 quando assisti
absolutamente encantado a Astros, Patas e Bananas dirigido por Roberto
Gill Camargo (pai) com participação de Janice Vieira (mãe) no acordeom e elenco
liderado por Andréia Nhur (filha).
Seguiram-se As
Estrelas São Para Sempre? (2015) e Mulher Sem Fim (2017),
sempre com trabalhos impecáveis de Andréia Nhur.
Veio a pandemia,
Andréia passou algum tempo se aperfeiçoando na cidade de Gent na Bélgica e
ei-la de volta com este surpreendente Plasticus Dei onde radicaliza suas
experiências com sonorocoreografia, usando a voz ora cantando
suavemente, ora emitindo sons e grunhidos que servem de base para seus não
menos que magníficos movimentos, onde pés, mãos e dedos atuam em perfeita
sintonia com as expressões faciais e do resto do corpo
Guardadas as devidas
proporções, a sensação que se tem ao assistir a performance de Andréia
assemelha-se àquela que se sente ao ver passar o desfile de uma escola de
samba. A cada momento é uma figura nova que surge e nos surpreende passando de
uma jovem cantante, para um animal acuado e faminto, para uma rainha regiamente
vestida com os plásticos que compõem a cena e até para uma donzela antipática
que estende a mão para o público para em seguida rejeitá-lo.
A criação da
encenação contou com a colaboração do coreógrafo moçambicano Horácio Macuacuá e
de Paola Bertolini, além da mamãe Janice Vieira na sonorocoreografia. O
papai Roberto Gill Camargo assina a iluminação junto com Paola Bertolini.
Sempre em família!
São muitas as nuances
deste excelente trabalho de Nhur que infelizmente cumpriu temporada relâmpago
na Oficina Cultural Oswald de Andrade (apenas três dias, de 23 a
25 de fevereiro). Urge que o espetáculo retorne aos palcos paulistanos para que
um público maior conheça e passe a admirar o talento de Andréia Nhur.
No sábado, dia 27, o
delicado curta metragem O Cisne, minha mãe e eu com Andréia e
Janice foi exibido antes da apresentação teatral, lotando a plateia do
simpático e aconchegante Cineclube da Oficina Cultural Oswald de
Andrade.
Diga-se de passagem
que é sempre muito agradável ir à Oswald, ambiente acolhedor com seu
gostoso Café Colombiano e agora com a perspectiva da inauguração de um
novo espaço para os livros e a leitura.
Cultura é bom e nós gostamos!!
26/02/2023