Lee Taylor, ainda
como Thalor, teve carreira brilhante como ator junto ao Grupo Macunaíma
dirigido por Antunes Filho onde estreou em 2006 já como o protagonista Quaderna
no memorável As Pedras do Reino. Reforce-se que suas participações nos
espetáculos de Antunes foram todas memoráveis: Misael em Senhora dos
Afogados (2008), Malandro em Foi Carmen (2008), Tuninho em A
Falecida Vapt Vupt (2009), culminando com a antológica interpretação
do papel título de Policarpo Quaresma (2010). Para este espetáculo Lee
insistiu com Antunes para que em determinado momento o personagem sapateasse ao
som do Hino Nacional. A princípio o diretor resistiu à ideia. Lee ensaiou
bastante a cena e volta e meia a apresentava a Antunes nos ensaios, até que
este concordou em incorporá-la à peça, sendo que a mesma se tornou um momento
mágico, onde Lee era aplaudido em cena aberta em todas as apresentações.
Já reproduzi a
foto acima em outra matéria deste blog, mas nunca é demais estampá-la mais uma
vez por seu valor histórico e pelo símbolo do que é uma atuação participativa e
criativa, assunto da presente série.
O Núcleo de Artes
Cênicas (NAC) foi criado em 2013 por Lee, que agora grafa seu sobrenome com
Taylor.
Com a criação do NAC,
Lee se afasta por um tempo da atuação atuando como líder do grupo, dirigindo e
ministrando aulas de interpretação.
Volta à interpretação
apenas em 2016 sob a direção de Cibele Forjaz como Garga em Na Selva das
Cidades e em 2022 está no elenco de Rodeio, ainda em início de
processo de montagem pelo Teatro da Vertigem.
O grande ator faz
falta em nossos palcos e um retorno a eles é sempre bem-vindo, mas Lee não se
acomoda à frente do NAC e prova disso é a realização dessas palestras
reunidas com o título de Master Class-Poéticas da Atuação, onde
figuras icônicas do nosso teatro como Zé Celso Martinez Corrêa, Maria Thaís,
Cacá Carvalho, Alexandre Mate, Marcio Abreu e Antônio Januzelli discorrem
livremente durante cerca de uma hora sobre o tema proposto.
Na noite de ontem
assisti à palestra de Alexandre Mate, meu Mestre, meu orientador e meu grande
amigo! Com a erudição e a sofisticação sem afetação sempre presentes em suas
falas, Mate deu uma saborosa aula para aqueles que fazem e/ou amam o fazer
teatral.
Por questões de
agenda só poderei assistir à fala do também querido Janô, mas não deixarei de
assistir às outras palestras que, segundo Lee, logo mais estarão disponíveis on
line.
A série está sendo apresentada nesta semana no Cine Bijou que em boa hora volta a estar em atividade graças aos esforços dos Satyros Rodolfo García Vázquez e Ivam Cabral.
29/09/2022