Quando pensei que já
havia vivido todas as sensações que o teatro pudesse me oferecer, eis que
surgiu o convite da Nicole Cordery para que eu estivesse presente nos
bastidores da gravação da peça Terra Medeia, ocorrida em 27 de outubro
de 2021.
57 anos de vivência
como espectador não foram suficientes para conter toda surpresa e toda emoção
que essa experiência me proporcionou.
O estúdio do
fotógrafo João Caldas é o QG da operação. Lá, fui recebido com muito carinho por
toda a parte da equipe ali presente.
Ali se situam a mesa
de som e imagem comandada bravamente por Marcela Horta, ao seu lado o som é
operado por Alexandre Martins que troca olhares e gestos com Marcela e com Madu
Arakaki que faz uma complexa contrarregragem se esgueirando pelos cantos do
espaço para suprir a atriz com todos elementos necessários para o
desenvolvimento da ação. João Caldas opera a câmera que focaliza a atriz e em
outro cômodo Renato Caldas interpreta Creonte com a câmera operada por Andréia
Machado.
Medeia é interpretada visceralmente por Nicole Cordery que, em verdadeiro tour de force, se desdobra para cumprir todas as etapas da trama, não abandonando a emoção em nenhum momento (mesmo naqueles em que uma interferência da internet prejudica o andamento da ação)
O resto do elenco
atua dos locais onde se encontra: André Guerreiro Lopes (Jasão) e Daniel
Ortega (Mestre de Cerimônias e Médico) em suas casas em São Paulo; Bim de
Verdier (Mãe e Deusa e também diretora do espetáculo) da Bahia e Rita Grillo
(Babá) de Paris.
Como uma verdadeira
maestrina, Marcela Horta conduz/edita as imagens, balançando a cabeça
preocupada quando alguma coisa dá errado.
Assistir
presencialmente a toda essa verdadeira operação de guerra foi um verdadeiro
privilégio. Eu já havia assistido à peça virtualmente em maio de 2021 (vide
matéria em meu blog: http://palcopaulistano.blogspot.com/search?q=Terra+Medeia) e na época Nicole
me informou como tudo funcionava, mas assistir in loco, mexeu bastante tanto com
a mente como com o coração.
Ao final fizemos uma
gostosa confraternização tomando vinho e comentando os percalços “internéticos”
ocorridos durante a apresentação.
De quebra levei meu livro para o João Caldas, retribuindo um presente que ele havia me enviado há treze anos.
Grande noite! Mais uma
pra coleção das inesquecíveis. Obrigado, Nicole.
Agora resta aguardar o grande momento em que Terra Medeia vai para o palco de um teatro com a presença de público.
30/10/2021