quinta-feira, 26 de outubro de 2023

GUARÁ VERMELHA

 

No início de 2019, quando revi Ledores de Breu, o querido Dinho Lima Flor me recomendou vivamente o livro O Voo da Guará Vermelha de Maria Valéria Rezende (1942), e como recomendação do Dinho não é coisa que se descarta, comprei, li e adorei o romance que envolve o trabalhador e contador de histórias Rosálio e a puta Irene. Tive a certeza que um dia essa história seria transformada em uma peça de teatro da Cia. do Tijolo e isso acaba de acontecer. A peça está em cartaz no Sesc Avenida Paulista desde 29/09.


Dirigido com muito amor e muito talento por Dinho, o espetáculo tem como protagonistas os excelentes Karen Menatti como Irene e Rodrigo Mercadante como Rosálio, mas como todo bom teatro de grupo, a encenação permite excelentes momentos para todo o elenco, inclusive para os músicos.

Thaís Pimpão é a engraçada e humana Anginha, companheira de zona de Irene; Danilo Nonato deslumbra com suas mirabolantes coreografias; May Tuti encanta em vários momentos com sua bela voz e brilha como Floripes ao lado de João dos Ais vivido por Jonathan Silva, outra linda voz, também autor das canções do espetáculo; tem também Lucas Vedotto e Artur Mattar em ótimas participações e a grande surpresa que é a exuberante Odilia Nunes, atriz pernambucana, responsável por grandes e engraçados  momentos do espetáculo. Importante mencionar também a participação dos músicos Maurício Damasceno, Marcos Coin e Nanda Guedes. Sem esquecer da presença marcante da autora, representada por um grande boneco que enfeita a cena em vários momentos.

A direção musical é assinada por William Guedes.

Mesmo tratando/denunciando importantes assuntos sociais que levam à reflexão, como analfabetismo, prostituição e desigualdade social, o espetáculo é PURA EMOÇÃO e é difícil conter as lágrimas em vários momentos.

O mote principal da peça é a relação afetiva entre Rosálio e Irene, mas as histórias que ele conta a ela, permeiam toda a ação dessa belíssima montagem da Cia. do Tijolo que prova que na presença da arte você sempre terá tempo.

Guará Vermelha deveria sair de cartaz no dia 29/10, mas teve sua temporada prorrogada por mais uma semana, até 05/11 com sessões de quarta a sábado às 19h30 e aos domingos às 18h.

CORRA PARA VER, É LINDO DEMAIS!

 

26/10/2023

terça-feira, 24 de outubro de 2023

INSTITUTO BRASILEIRO DE TEATRO – IBT

 

São cinco jovens...

São cinco jovens com pouco mais de trinta anos...

São cinco jovens simpáticos, bonitos e receptivos...

São cinco jovens que se apresentam pelos primeiros nomes: Elisa, Samya, Guto, Oliver e Zé...

São cinco jovens sonhadores, mas também empreendedores, aos quais cabe a comparação com a girafa: cabeças com sonhos nas alturas, mas os pés no chão.

São cinco jovens que com seus delírios de realizar espetáculos populares, formar público, preparar artistas e de perpetuar a memória do teatro, SIMPLESMENTE adquiriram um prédio de 11 andares no início da Avenida Brigadeiro Luís Antônio,277, às margens da Avenida 23 de Maio, o qual já tem amplas salas de ensaio em alguns andares, um espaço interessantíssimo no primeiro andar onde anteriormente funcionou uma danceteria e um mirante de tirar o fôlego no topo.  O restante do prédio está em obras, prognosticando um centro cultural da maior importância para a cidade de São Paulo.


No momento em que vemos uma geração indo embora: Antunes, Zé Celso, César Vieira; é estimulante ver gente jovem reunida, cabelo ao vento, seguindo o exemplo de nossos pais naquilo que eles tiveram de talento e criatividade para manter viva a chama do teatro brasileiro.

SÃO CINCO JOVENS...

VIVA O IBT!

VIVA O TEATRO!

 

        24/10/2023

domingo, 22 de outubro de 2023

AGNES DE DEUS

 

Foto de Ronaldo Gutierrez

Existem peças cujo protagonismo é dividido entre todo o elenco, fato que cria responsabilidade enorme para todos os/as intérpretes.

Agnes de Deus do dramaturgo norte-americano John Pielmeier (1949) insere-se nesse tipo de peça e não é à toa que suas três personagens já foram vividas por grandes atrizes:

A Dra. Martha teve Elisabeth Ashley na Broadway, Jane Fonda no cinema, Walderez de Barros em São Paulo e Yara Amaral no Rio de Janeiro.

A Madre Miriam teve Geraldine Page na Broadway, Anne Bancroft no cinema, Cleyde Yáconis em São Paulo e Nicette Bruno no Rio de Janeiro.

Agnes teve Amanda Plummer na Broadway, Meg Tilly no cinema, Clarisse Abujamra em São Paulo e Lucélia Santos no Rio de Janeiro.

Incluindo-se nesse grupo de ouro, a atual montagem da peça dirigida por Murillo Basso/Yara de Novaes, tem as excelentes Clara Carvalho (Dra. Martha), Mariana Muniz (Madre Miriam) e Gabriela Westphal (Agnes) no elenco.

A direção da peça optou por encenação sóbria, embelezada pela magnífica moldura que é a iluminação de Aline Santini, para contar essa história sobre a doutora que procura descobrir as causas do assassinato de um bebê cometido pela freira chamada Agnes, que pertence a uma irmandade cuja madre superiora afirma que o bebê foi gerado por milagre, tal qual, segundo ela,  aconteceu com a Virgem Maria.

O embate entre a lógica defendida pela doutora e a fé por parte da Madre é a base da peça e Clara e Mariana o realizam com seus habituais talentos. As intervenções de Agnes mostrando seus traumas são brilhantemente defendidas por Gabriela Westphal, jovem atriz, equiparada em talento às suas veteranas companheiras de cena. Destaque para a expressão corporal de Mariana Muniz/Madre nas cenas mudas em que ilustra suas dúvidas sobre o que está acontecendo, enquanto Martha e Agnes dialogam.

A tradução do texto não é creditada na ficha técnica constante do programa.

A sobriedade do espetáculo sugerida por corpos na penumbra, focos de luz e cortinas envolvendo certas cenas é complementada pelos discretos figurinos assinados por Marichilene Artisevskis e pela cenografia minimalista de Mira Andrade.

Agnes de Deus é excelente teatro de texto interpretado por grandes atrizes, que merece uma visita ao Teatro Aliança Francesa que infelizmente, está em seus últimos dias de glória. Essa montagem tem a triste função de ocupar pela última vez um palco que desde 1964 vem abrigando grandes atrizes, atores e diretores em espetáculos que marcaram a história do teatro brasileiro.

AGNES DE DEUS está em cartaz no Teatro Aliança Francesa até 03 de dezembro, com sessões às sextas e aos sábados às 20h e aos domingos às 18h. 

22/10/2023

 

 

 

sábado, 21 de outubro de 2023

O VIRA-LATA

 

        Aqueles privilegiados paulistanos que assistiram Tchekhov (2013/2014) e Nuon (2016/2017) do grupo curitibano Ave Lola, têm conhecimento do carinho e do talento com os quais a diretora Ana Rosa Tezza trata a forma e o conteúdo de suas encenações.

        O Ave Lola ainda deve aos palcos paulistanos sua primeira e famosa montagem [O Malefício da Mariposa (2012)] e as mais recentes [Manaós (2019)] e [Cão Vadio (2021)], mas eis que chega, de surpresa, para uma temporada relâmpago na Caixa Cultural, sua última produção, O Vira-Lata.

        O Vira-Lata é o que se convencionou chamar peça de família, ou seja, aquela que atinge tantos os pequeninos como mamães, papais, vovós e vovôs e trata de um assunto sério que é a violência familiar, tanto com semelhantes como com animais.

        De maneira lúdica, a peça do dinamarquês Soren Valente mostra o relacionamento entre um homem, uma mulher e um cachorro.

Ana Rosa optou por colocar palavras inteligíveis apenas na narração, enquanto as personagens se relacionam em uma língua imaginária criada durante os ensaios da peça, isso torna o belíssimo gestual do elenco criado pela coreógrafa Ane Adade, a forma de fazer a trama chegar até o público; para tanto Ana Rosa contou com o ótimo elenco formado por Helena Tezza (A Mulher), Eduardo Giacomini (O Homem) e Cesar Matheus (O Vira-Lata).

Um delicioso clima clownesco e de desenho animado permeia todo o espetáculo, que conta ainda com os comentários musicais executados ao vivo por Arthur Jaime e Bruno Monte Serrat.

A cenografia (simples, mas eficiente) é assinada pela trupe e a linda iluminação tem a marca de Beto Bruel. Figurinos de Eduardo Giacomini.

A peça estreou quase sem divulgação na Caixa Cultural, que não apresentava espetáculos desde a pandemia, o resultado é que um pequeno público compareceu nos dois primeiros dias das apresentações, o que é uma pena, pois trata-se de espetáculo delicioso e necessário.

A única criança presente no espetáculo deu o maior presente para o grupo: durante o bate-papo após o espetáculo a diretora perguntou a ela:

-Você gostou do espetáculo?

E a resposta da menina:

- Não gostei ... (silêncio)... EU ADOREI!

Valeu, Ave Lola! Queremos vocês mais vezes por estes palcos paulistanos!

O VIRA-LATA está em cartaz na Caixa Cultural de quinta a domingo às 15h com ingressos gratuitos só até a próxima semana (29/10). Corra e leve as crianças, seu coração para se emocionar e seu cérebro para refletir. 

21/10/2023

 

       

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

LES ÉPHÉMÈRES E O THÉÂTRE DU SOLEIL

 


EXIBIÇÃO COMENTADA 

Período da Atividade: 6 a 17/11 – sendo: 1ª semana: segundas-feiras, quartas e sextas-feiras das 19h às 21h30; 2ª semana: segundas e sextas-feiras das 19h às 21h30

Público: interessados/as em geral. Indicação: maiores de 18 anos Inscrições no site: 17/10 a 1/11 Seleção: Por ordem de Inscrição

Participação: Inscrição Individual

Vagas: 50

Instruções Gerais: Cineclube. Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade - Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - São Paulo/SP

 

SINOPSE DA ATIVIDADE

Em cinco sessões a oficina apresentará um breve histórico do Théâtre du Soleil, importante grupo francês liderado por Ariane Mnouchkine, seguido da projeção completa da peça Les Éphémères que tem duração de cerca de seis horas divididas em quatro partes de uma hora e meia cada, acompanhadas de comentários sobre as cenas.

A peça, que foi apresentada em São Paulo em 2007, tem caráter intimista, tem 29 cenas, envolvendo uma dezena de personagens em diferentes histórias que vão se entrelaçando até um final que consolida todas elas.

A forma da encenação é bastante original e o filme reproduz com bastante fidelidade o que foi essa encenação histórica do Soleil.

O filme é falado em francês com legendas em espanhol. Será fornecida a tradução dos títulos das 29 cenas.

CALENDÁRIO Realização: José Cetra Filho

19/10/2023

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

PÉROLA e RETRATOS FANTASMAS


Ontem foi dia de fazer programa duplo de filmes brasileiros no cinema e sai do Espaço Itaú Augusta muito feliz e orgulhoso do nosso cinema.

PÉROLA reafirma a excelência e a sensibilidade de Murilo Benício como cineasta. A adaptação da peça de Mauro Rasi é um primor e permite uma interpretação maravilhosa da Drica Moraes no papel título. Leonardo Fernandes, premiado como melhor ator pela APCA em 2016 com a peça Cachorro Enterrado Vivo mostra que é tão bom no cinema como no teatro no papel de Mauro, filho de Pérola e narrador da história (na peça o personagem se chama Emílio e sendo claramente um alter ego do autor, é bastante acertada a mudança do nome na adaptação cinematográfica). Rodolfo Vaz e Claudia Missura também têm ótimos momentos como Vado (marido de Pérola) e Tia Norma (irmã de Pérola), respectivamente. As outras tias, somente citadas na peça, aparecem com penteados e chapéus da época na pele de Lavínia Pannunzio e Marianna Armellini, que brilham em suas pequenas intervenções. A mãe de Pérola, de quem na peça só se ouvem os gemidos também não aparece no filme, no entanto nos créditos surge o nome da saudosa Camila Amado como sua intérprete (será que a cena foi cortada na edição?). Destaque também para Valentina Bandeira (Elisa, a filha) e Louise Cardoso (a corretora) que é responsável por um dos momentos mais emocionantes do filme.

A adaptação cinematográfica suprimiu várias cenas engraçadas da peça, a maioria vinda do personagem Vado, mas ganhou em emoção e é difícil conter as lágrimas nas cenas finais desse belo filme que incompreensivelmente, levou alguns anos para chegar no circuito comercial.

Muito emocionado parti para o segundo filme:

RETRATOS FANTASMAS. Um cineasta que tem em seu currículo O Som ao Redor (2013), Aquarius (2016) e Bacurau (2019) não precisa provar mais nada, mas o pernambucano Kleber Mendonça Filho nos surpreende novamente com este documentário que é uma radiografia impiedosa e nostálgica, mas também poética, do que o dito “progresso” fez com a arquitetura e os cinemas de Recife (qualquer semelhança com São Paulo, não é mera coincidência). Pungente e necessário.

VIVA O CINEMA BRASILEIRO!

Sem esquecer que ELIS & TOM ainda está em cartaz!

05/10/2023

terça-feira, 3 de outubro de 2023

MUNDARÉU DE MIM

 

Foto de Anderson Dias

Admiro o trabalho de Duda Maia desde 2016 quando assisti Auê com aquela incrível direção de movimentos dos rapazes da Barca dos Corações Partidos; tempos depois, em 2019, me encantei com O Mágico de Ó, escrito e interpretado pelo jovem Vitor Rocha. O encontro dos dois para a realização de Mundaréu de Mim, só deve ter resultado em algo surpreendente.

Duda Maia
Vitor Rocha

A ideia de Mundaréu de Mim surgiu quando Vitor foi procurado, via o Instituto Brasileiro de Teatro (IBT), pela plataforma de serviços financeiros Rico que queria patrocinar um musical gratuito, acessível a todos os públicos, ao ar livre e que tratasse de brasilidade.

Jogada a ideia, Vitor começou a trabalhar no texto e a vislumbrar que espetáculo resultaria do mesmo. Nesse “vislumbramento” lhe surgiu a ideia de chamar Duda Maia, cujo trabalho ele também havia admirado desde as apresentações de Auê aqui em São Paulo.

Duda tem método todo próprio de preparar o elenco, desde a escolha do mesmo, o que resulta em processo mais longo do que o usual.

Cerca de 400 pessoas, se candidataram a intérpretes de Mundaréu de Mim, dos quais foram selecionados 80, através da análise de vídeos enviados. Esses 80, divididos em quatro grupos de 20, participaram de oficina ministrada por Duda e por Gui Leal, compositor e preparador vocal do espetáculo. Duda e Gui foram direcionando os trabalhos durante quatro dias até chegar aos 18 artistas necessários para contar a história criada por Vitor. Todo esse processo mais humano e mais amoroso substitui as costumeiras frias audições, mas com certeza demanda tempo muito maior. Além dos 15 selecionados, estão no elenco Juliana Linhares, atriz e cantora indicada por Duda e os idealizadores do projeto,Vitor Rocha e Luiza Porto.

Da escolha dos intérpretes à definição de quem faz o que, também se percorre um longo caminho que vai desde a preparação do elenco a partir do cenário (algo fundamental nas montagens de Duda) até o trabalho com o texto, que no método de Duda é a última parte do processo.

A peça mostra o encontro, em uma festa de Carnaval, da menina Graciela com José, um homem simpático e engraçado que já “virou saudade”. Aurora, a mãe de Graciela, preocupada, vai atrás da menina que saiu de casa escondida. Esse trio de protagonistas é interpretado por Sara Chaves (Graciela), Cainã Naira (aurora) e Flávio Pacato (José), escolhidos por meio do processo indicado acima. O restante do elenco interpreta dezenas de personagens que povoam a trama e até flores e ingressos, ideias de Duda que Vitor foi incorporando no texto durante os ensaios: “Eu provoquei o Vitor para transformar objetos em gente”, sentencia Duda.

Todo musical que se preza necessita de gente gabaritada e de talento para realizá-lo e neste caso houve, segundo Duda, “um belo quarteto pra música acontecer”. São eles, o já citado Gui Leal, Josyara que faz a direção musical, Juliana Linhares como diretora musical assistente e, nada mais nada menos, que Beto Lemos, importante integrante da Barca dos Corações Partidos, como arranjador. As músicas compostas por Gui Leal têm letras de Vitor Rocha. A banda que também está em cena é composta por nove músicos.

A equipe criativa envolve ainda Ágata Matos como assistente de direção, André Magalhães no desenho de som (fundamental para espetáculo dessa dimensão e ao ar livre), Danielle Meireles na iluminação (os efeitos de luz devem ser muito interessantes pois a ação se passa do entardecer ao alvorecer do dia seguinte), Elias Kaleb na criação dos figurinos.

E, propositalmente por último, para dar o destaque devido, Anderson Dias, o cenógrafo criador da estrutura gigantesca de 22 metros de comprimento no Parque da Água Branca que lembra um parque de diversões. Nessa estrutura construída com ferro, madeira e cordas os atores cantam, dançam e interagem com redes, rampas, escorregadores e escadas, além de subirem em uma torre de sete metros de altura, tudo para satisfazer às mirabolantes coreografias que são a marca registrada de Duda Maia. Segundo Anderson, Duda dá vida à cenografia.

Maquete - Foto de Vinicius Silva
        Duda dando vida ao cenário - Foto de Anderson Dias

A direção geral do evento é de Oliver Tibeau (do IBT), Vitor Rocha e Luiza Porto.

Mundaréu de Mim, com certeza será um dos grandes acontecimentos da temporada paulistana, criando, por um lado, maior visibilidade ao trabalho de Vitor Rocha, esse jovem de 26 anos, que ainda vai contribuir bastante para o teatro brasileiro e trazendo, por outro lado, Duda Maia para uma produção paulista (todos os importantes trabalhos que já vimos de Duda, vieram do Rio de Janeiro). Duda tem bastante interesse de semear raízes no solo paulistano e isso só nos trará benefícios, portanto, convites serão muito bem-vindos por parte dessa talentosa artista.

Apesar da imensa estrutura envolvida, Mundaréu de Mim cumprirá apenas 18 apresentações no Parque da Água Branca, de 06 a 29 de outubro, com sessões às sextas e sábados às 18h e aos domingos e no feriado do dia 12/10 às 15h e às 18h.

Duração: 75 minutos

Ingressos gratuitos mediante disponibilidade de lugar

Capacidade por sessão: 3.000 pessoas

Parque da Água Branca / Av. Francisco Matarazzo, 465 

Esta matéria teve como base as entrevistas com Duda Maia, Anderson Dias e Vitor Rocha e o release do espetáculo. 

03/10/2023

 

 

domingo, 1 de outubro de 2023

DENISE

 

Foto de Laerte Késsimos

Maria Luísa é mãe de Denise (que todos chamam de Nina) que é mãe de Lara.

Denise/Nina é a narradora da história e na situação presente está dividida entre cuidar de Maria Luísa que está com Alzheimer e estar atenta com Lara que iniciou um novo relacionamento e tentou o suicídio há dois anos.

A engenhosa trama de Fernanda Maia joga com o tempo e com as personagens, todas interpretadas por ela de maneira impecável (um pequeno gesto e mudança no tom de voz deixa claro para o espectador de qual personagem se trata).

Fernanda - cujo imenso talento como compositora, pianista, diretora musical e dramaturga está mais do que provado - revela-se uma atriz de primeira linha em uma das interpretações femininas mais significativas do ano.

Movendo-se no cenário ultra realista criado por Zé Henrique de Paula e belamente iluminado por Fran Barros, Fernanda hipnotiza e emociona o espectador ao contar essa história que envolve amor, egoísmo e preconceito.

Contar mais é tirar o prazer de quem vai assistir a peça e se surpreender com o emocionante desfecho da mesma.

Zé Henrique de Paula dirige o espetáculo focando toda a atenção no trabalho da sua companheira de trabalho de longa data e fundadora com ele do Núcleo Experimental.

Ah, sim! Todas as cartas de amor são ridículas...

 

DENISE está em cartaz só até 02 de outubro no Teatro do Núcleo Experimental com sessões às sextas, sábados e segundas às 21h e aos domingos às 19h.

NÃO DEIXE DE VER!

 

01/10/2029