quinta-feira, 19 de junho de 2025

DZI CROQUETTES SEM CENSURA

 

Fotos de Ronaldo Gutierrez

Abro esta matéria reproduzindo texto que escrevi para a minha dissertação de Mestrado em 2012 e que consta de meu livro “O Palco Paulistano de Golpe a Golpe (1964-2016)”:

1973 - Dzi Croquettes. Apresentada no Teatro Treze de Maio. Foi um fenômeno muito bem-vindo. Em época de dura repressão, o grupo liderado por Lennie Dale e Wagner Ribeiro fez furor na cidade. Mais uma vez fui convidado a dançar com um dos participantes e, é claro, aceitei. O espetáculo era irreverente e divertido. Ficou muito tempo em cartaz em vários teatros e o revi várias vezes.”

Isso foi um pouco do que a memória guardava em 2012 e, ainda hoje, depois de cinquenta anos rememoro o corajoso espetáculo que iluminou a época negra da ditadura militar, cutucando e lambendo feridas tão doloridas. 

Em 2016 Ciro Barcelos reviveu Dzi Croquettes em um simpático espetáculo apresentado no Rio de Janeiro e em São Paulo (no extinto Teatro Augusta). 

De maneira mais elaborada Ciro volta ao grupo em espetáculo estreado no Teatro Itália no dia 12/06/2025.



No primeiro ato Ciro se divide narrando o histórico da formação do grupo e representando Lennie Dale. Os jovens da montagem atual são apresentados e designados para representar os croquettes originais: Wagner Ribeiro, Carlos Tovar, Paulette, Nêga Wilma, entre outros. Aqui é mostrada a convivência daqueles jovens irreverentes com suas alegrias, tristezas e que acreditavam no que iam fazer, apesar de toda truculência imposta pelo regime militar.

Esse ato termina de forma triunfal e emocionante recebendo uma ovação da plateia. Não conto de que maneira para não tirar a surpresa e a emoção de quem for assistir.

O segundo ato é o show dos Croquettes com a recriação, por um elenco de jovens atores/dançarinos/cantores talentosos e bonitos, de vários quadros que encantaram plateias de todo o mundo. É uma verdadeira empolgação que se espalha pelo público.

Belas homenagens são prestadas aos saudosos Lennie Dale e Elis Regina que recebeu lições de Lennie de como se movimentar em cena no início da carreira.


“Dzi Croquettes Sem Censura” é um espetáculo delicioso de se assistir.

Cartaz do Teatro Itália de quinta a domingo às 20h30.

NÃO PERCA!

19/06/2025

 

segunda-feira, 9 de junho de 2025

DESERTORES e A CAUSA SECRETA

 


Que pena! O “Coletivo Alfenim” já está indo embora.

O Alfenim é um grupo da Paraíba fundado em 2007 pelo paulista Márcio Marciano que para lá se mudou, após deixar a “Cia. do Latão” da qual foi fundador, dramaturgo e diretor em parceria com Sergio de Carvalho.

Alfenim vem realizando importante ação teatral em João Pessoa tendo montado, segundo o site do coletivo, nove espetáculos nos dezoito anos do grupo, uma média de um novo espetáculo a cada dois anos. Todos os espetáculos foram dirigidos por Marciano e o elenco conta com intérpretes que estão no grupo há muito tempo, como Adriano Cabral, Lara Torrezan e Paula Coelho, companheira do diretor.

Uma curiosidade: alfenim, que dá nome ao grupo, é um doce típico da Paraíba, parecido com a rapadura.

 Ao que me consta, das poucas vezes que o Alfenim esteve em São Paulo trouxe “Quebra Quilos” e “Milagre Brasileiro” em 2010 e “Memórias de Um Cão” em 2019, por isso o anúncio de uma temporada no SESC Belenzinho foi recebido com muita expectativa. A temporada ocorreu de 16/05 a 08/06.

Desta vez o coletivo trouxe seus dois últimos trabalhos: “Desertores” de 2019 (10 apresentações) e “A Causa Secreta” de 2024, (apenas três apresentações) bastante diferentes um do outro, mostrando a versatilidade do grupo. 

DESERTORES


“Desertores” é um experimento cênico que tem por base a obra “O Declínio do Egoísta Johan Fatzer” de Bertolt Brecht. A montagem de Marciano transpira Brecht no seu caráter épico e nas alusões às peças didáticas do dramaturgo alemão. A cenografia também assinada por Marciano consiste de uma plataforma que corta a plateia, por onde as personagens se movimentam. Dignas de nota são a bela iluminação de Ronaldo Costa e a excelente trilha sonora que comenta toda a ação.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) quatro soldados resolvem desertar. Na clandestinidade tentam sobreviver sonhando com a possibilidade de que uma ação coletiva possa acabar com a guerra. O elenco coeso tem Adriano Cabral em destaque no papel de Fatzer.

Espetáculo íntegro denunciando as insanidades de toda e qualquer guerra.

Vale lembrar das palavras do Mestre Brecht na “Cartilha de Guerra Alemã”:

“A guerra que está por vir não é a primeira; antes dela outras já ouve.

Quando a última acabou, viram-se vencedores e vencidos.

Entre os vencidos, o povo mais pobre passando fome;

Entre os vencedores o povo humilde passando fome também” 

A CAUSA SECRETA


O lado B da temporada do Alfenim foi composto de apenas três apresentações de “A Causa Secreta” baseada no conto homônimo de Machado de Assis.

O conto é sombrio e até mórbido revelando Fortunato, uma figura sádica que se satisfaz torturando animais e seres humanos para lhes ver o sangue escorrer, ele é casado com Maria Luísa que tem uma doença grave e faz amizade com Garcia, um médico que percebe e investiga os estranhos hábitos de Fortunato.

Marciano ambienta essa história no picadeiro de um circo onde um esfuziante mestre de cerimônias (Edson Albuquerque, excelente) narra a história com divertido toque de humor. Bem-vindas referências ao melodrama fazem parte da encenação.

Paula Coelho (Maria Luísa), Murilo Franco (Garcia) e Adriano Cabral (Fortunato) representam o trio central.

Kevin Melo executa ao vivo a trilha sonora de sua autoria.

Sem didatismo a deliciosa encenação cumpre o objetivo proposto por Márcio Marciano: “refletir sobre a perversão que preside as relações de dominação presentes em nossa sociedade, e que se manifestam não apenas no âmbito das relações públicas, mas também no cotidiano das relações privadas”

O humor também faz parte da divulgação do espetáculo - que foi montado sem nenhum patrocínio -  ao informar que “nem lei, nem deus” apoiaram a montagem do mesmo. 

Espera-se que o resultado altamente positivo dessa temporada, permita que o Alfenim volte com mais frequência aos palcos paulistanos 

09/06/2025

 

 

 

 

segunda-feira, 2 de junho de 2025

LADY TEMPESTADE

 

Contar e recontar uma história muitas e muitas vezes, é uma maneira de impedir que o horror aconteça de novo

(Andrea Beltrão)

         E agora o ciclo se completou.

        Esse ciclo começou quando tomei conhecimento da brava existência de Mércia Albuquerque, professora e advogada pernambucana que defendeu presos políticos e lutou contra a ditadura civil militar brasileira, razão pela qual foi também perseguida e presa. Mércia escreveu diários sobre suas atividades.

        O impacto continuou quando recebi um presente de Sílvia Gomez com o texto da peça que ela escreveu a partir dos diários de Mércia. Li o texto com um misto de indignação, revolta e admiração pela valorosa mulher que foi Mércia. O texto de Silvia é uma lição de dramaturgia.

        O ciclo ficou em clima de expectativa: a peça intitulada LADY TEMPESTADE, dirigida por Yara de Novaes e interpretada por Andrea Beltrão estava em cartaz no Teatro Poeira no Rio de Janeiro e havia chance de vir para São Paulo.

        E o dia chegou completando o ciclo:  no dia 30 de maio a peça estreou no Teatro Anchieta.

        Andrea Beltrão preenche todas as expectativas realizando trabalho soberbo, cheio de nuances, circulando entre a narração da história (Sra. A.) e a interpretação de Mércia. Andrea passa de A. para Mércia apenas com um leve girar de cabeça e adotando o sotaque pernambucano. Trabalho primoroso, digno dos prêmios para os quais foi, ou será, indicada.

        Yara de Novaes realiza mais um notável trabalho, desta vez como diretora do espetáculo, fazendo uma bela tradução cênica do texto de Silvia.

        Trata-se de espetáculo de três mulheres brilhantes (Silvia, Yara e Andrea) reverenciando outra mulher brilhante (Mércia) e contando e recontando sua história, como escreve Andrea no programa, refrescando assim a memória de todos para o terror que foram os anos da ditadura e alertando para os perigos de um retorno desses tempos tão sombrios.

        Um soco no estômago necessário, que não deixa ninguém indiferente. Muita gente sai do espetáculo com lágrimas nos olhos.

        Assisti ao espetáculo da plateia do Teatro Anchieta; existem poltronas disponíveis também no palco do teatro, nas quais acredito, que nela sentado, o espectador obtenha um clima mais parecido com aquele oferecido no aconchegante espaço do Teatro Poeira no qual o espetáculo foi concebido.


        LADY TEMPESTADE está em cartaz no Teatro Anchieta até 06/07 com sessões de quinta a sábado às 20h e domingos às 18h.

        URGENTE/NECESSÁRIO/IMPERDÍVEL

        01/06/2025

quarta-feira, 28 de maio de 2025

SÉRGIO CARDOSO CEM ANOS

 

Sylvia Cardoso Leão começa a colher os frutos de sua árdua batalha de preservar e promover a memória de dois grandes artistas que foram seus pais: Nydia Licia e Sérgio Cardoso.

A primeira vitória foi em 2020 quando o espaço maior do Teatro Sérgio Cardoso passou a se chamar Sala Nydia Licia.

Neste ano de 2025 quando Sérgio completaria cem anos, surgem o livro de Jamil Dias e o documentário de Hermes Frederico sobre ele.

Na noite de 27/05/2025 o documentário foi apresentado no belo Teatro do Célia dentro do Célia Helena Centro de Artes e Educação. Noite memorável com a presença da querida Miriam Mehler, Fulvio Stefanini, Ligia Cortez, Samir Yazbek, Andrea Bassit, André Garolli, Rita Batata, Daniel Marano, Mariana Leme, Atilio Bari e tantas outras figuras que honram o nosso teatro, além familiares de Sérgio e Nydia.


Foi apresentado o documentário de Hermes Frederico calcado na longa fala de Sylvia sobre a trajetória de seu pai. Sylvia fala com muita propriedade e desenvoltura não negando que é filha de dois grandes artistas, apesar de ter outra formação (ela é médica). Hermes inclui também o relato de outros artistas que dividiram a cena com Sérgio e muitas fotos do homenageado. O resultado é simples e comovente, prestando um grande serviço à memória do teatro brasileiro. Seria muito importante que ele estivesse disponível em todas as escolas de teatro do país.

A mágica noite foi completada por um bate papo com Ligia, Sylvia, Hermes e Rodrigo Audi, mediados por Samir Yazbek.

NOITE DE FESTA PARA O TEATRO BRASILEIRO! 

O livro de Jamil Dias será lançado em 28/05 no SESC 14 Bis; Rita Batata e Mariana Leme preparam espetáculo que tem Sérgio Cardoso como tema e Sylvia comunicou que haverá uma exposição no Teatro Sérgio Cardoso. E ainda há uma promessa de se homenagear Nydia Licia no ano que vem, quando ela faria cem anos.

VIVA SÉRGIO CARDOSO!

VIVA O TEATRO! 

28/05/2025

 

terça-feira, 27 de maio de 2025

SÉRGIO CARDOSO


No último dia 23 de março, Sérgio Cardoso teria feito cem anos e no próximo dia dezoito de agosto fará 53 anos que ele partiu de forma tão abrupta aos 47 anos.

Sérgio é um dos poucos artistas de sua geração que não vi no teatro. Comecei a ir ao teatro regularmente em 1964, ano em que ele fez sua última aparição nos palcos paulistanos com o monólogo “O Resto É Silêncio” com poucas apresentações no Teatro Aliança Francesa e no TAIB. Desse ano até sua partida em 1972 o ator dedicou-se totalmente à sua carreira televisiva e ao que consta pretendia voltar aos palcos com o mesmo espetáculo, mas a morte o levou antes disso.

A lembrança que tenho desse grande ator remonta aos anos 1950, quando ainda criança assisti na televisão sua impressionante interpretação de “O Homem da Flor na Boca” de Pirandello e “A Ceia dos Cardeais”, onde ele contracenava com Jayme Costa sob a direção de Bibi Ferreira.

Para lembrar os cem anos de Sérgio dois eventos acontecem nesta semana.

- Hoje (27/05/2025) no Teatro do Célia ( Av, São Gabriel, 444) haverá uma homenagem ao ator a partir das 19h30. Na ocasião, será exibido o documentário “100 Anos de Sérgio Cardoso”, idealizado, roteirizado e realizado por Hermes Frederico, com edição de Felipe Careli. Após a exibição, ocorrerá um bate-papo entre o diretor Hermes e os professores Lígia Cortez, Rodrigo Audi, Sylvia Cardoso Leão, e mediação de Samir Yazbek.

- Amanhã (28/05/2025) no SESC 14 Bis ocorre o evento de lançamento do livro “Sérgio Cardoso: Ser ou Não Ser” de Jamil Dias.

Nunca é tarde para relembrar desse grande homem de teatro e sua filha Sylvia Cardoso Leão não tem medido esforços para manter acesa a chama criada por ele e por sua mãe a atriz Nydia Licia.

 

 

27/05/2025

 

segunda-feira, 26 de maio de 2025

SELVAGEM

 

Felipe Haiut é uma pessoa extremamente simpática e comunicativa e conquista o público desde o início do espetáculo quando, sentado diante da plateia relata as agruras de uma criança viada de maneira descontraída e até com pitadas de humor.

O drama daquele menino começa aos cinco anos quando o pai chora ao ver seu modo de sentar. Daí em diante sua vida é um suceder de escândalos ao sonhar ganhar uma Barbie de presente, não saber a escalação do time de futebol que o pai torce e chorar por qualquer coisa.

Os pais encaminham o menino para uma psicóloga que ironicamente tem a dualidade de gênero no nome, chama-se Maria José. A experiência é traumática para a criança que se vê obrigada a levar uma vida contrária a seus instintos e desejos. O curioso é que essa atitude repressora da família tinha um fundo de proteção para que ele não fosse motivo de chacota no mundo perverso e preconceituoso que se vive.

Após essa tocante introdução Felipe mostra como se libertou dessas amarras para viver plenamente a vida. E o teatro lhe ajudou muito no processo de libertação.

Felipe dança, canta, se envolve simpaticamente com o público que até aprende a cantar um axé (Coco Melado) inspirado no fato dele ter ganho o concurso de Mini Jacaré em Salvador.

“Selvagem” tem a propriedade de fazer o público refletir sobre a educação de uma criança e ao mesmo tempo se deleitar com as peripécias do carismático Felipe Haiut.


O texto da peça foi publicado pela Editora Cobogó.

Lotação esgotada em todas as sessões e os aplausos calorosos do público demonstram o sucesso         que Felipe vem fazendo em São Paulo.

SELVAGEM está em cartaz no Mi Teatro (Rua Pamplona, 310) até 03 de junho. Segunda, sexta e sábado 20h/domingo 18h.

 

26/05/2025

sábado, 24 de maio de 2025

TRILOGIA KAFKA

 

Fotos de João Caldas

Acompanho as encenações de Cesar Ribeiro desde 2016 quando me surpreendi com sua excelente e radical leitura de “Esperando Godot”, apresentada na pequena Sala Piscina do extinto Viga Espaço Cênico.

Ribeiro parece ter tido um longo tempo de maturação entre esta montagem e seu espetáculo seguinte que só aconteceu em 2021 (“O Arquiteto e o Imperador da Assíria”), a partir daí, seguiram-se “Dias Felizes” em 2023, “Dias e Noites de Amor e Guerra” e “Prontuário 12528”, ambas em 2024 e agora “Trilogia Kafka”.

A estética proposta por Ribeiro é tão marcante, que basta ver uma foto ou uma cena de um trabalho para identifica-lo como o encenador.

Espaço cênico reduzido, elaborada cenografia (em geral de J.C. Serroni), figurinos escuros e pesados (em geral de Telumi Hellen), visagismo extremamente carregado e expressionista (em geral de Louise Helène) e trilha sonora potente e surpreendente (sempre assinada pelo encenador). Tudo isso envolto em clima que lembra as encenações de Tadeuz Kantor, os filmes expressionistas alemães e as histórias em quadrinhos, tão caras a Ribeiro.

Tudo isso pode se chamar do “estilo Cesar Ribeiro” que norteia cada espetáculo seu, sem deixar de revelar novidades de acordo com o tema tratado, que sua criatividade sempre deixa presente em cada novo espetáculo.

“Trilogia Kafka” é isso: surpreende como novo, mas sempre dentro do “estilo Cesar Ribeiro”.

O encenador escolheu três textos curtos de Franz Kafka para compor o espetáculo. Na verdade, ele abre a montagem com “Diante da Lei”, curtíssimo texto interpretado pelos três atores em cenário cheio de grades. A seguir, com alterações cenográficas a cada cena, as três histórias se sucedem:

- “Um Artista da Fome”, permite a Helio Cícero uma interpretação antológica, modulando a voz ao narrar ou ao interpretar o artista que já viveu dias de glória como faquir, mas que vê sua decadência quando sua atração perdeu o interesse do público. Voz e gestual preciso são as marcas de mais este grande trabalho de Helio Cícero.


- Na difícil composição de um macaco falante relatando sua experiência de humanização para uma plateia, Pedro Conrado brilha em “Comunicado a Uma Academia”.


- O próprio Kafka atormentado surge na figura de André Capuano que interpreta com muito vigor a pungente “Carta ao Pai”.


        Na cena final surge Kafka, ladeado por seus personagens: o artista da fome e o macaco falante.

São três interpretações poderosas que merecem um prêmio coletivo.

O cenário de J.C. Serroni constituído de várias celas que circulam pelo espaço, a iluminação que comenta cada ação criada por Rodrigo Palmieri, o marcante visagismo assinado por Louise Helène e os figurinos de Telumi Hellen complementam o trabalho dos três atores, tudo isso harmoniosamente dirigido por Cesar Ribeiro, resultando em um dos mais importantes espetáculos da temporada. 

TRILOGIA KAFKA está em cartaz no Teatro do Núcleo Experimental até 30 de junho. Sextas, sábados e segundas às 20h e domingos às 19h.

NÃO DEIXE DE VER! 

24/05/2025