A peça é uma adaptação de Marcelo Rubens Paiva do roteiro jamais filmado A Viagem de G. Mastorna de Federico Fellini.
O espetáculo está há anos luz do universo onírico de Fellini, o qual ele pretende retratar. As piadas são grosseiras; as figuras que aparecem em cena (o menino no triciclo empunhando balões vermelhos, a família típica italiana) tentam recriar as figuras não só fellinianas, mas também dos filmes italianos, porém a imitação é falsa e não cria o efeito esperado. Há uma constrangedora cena onde uma “extrovertida’ apresentadora anuncia um concurso dos “melhores” e envolve desnecessariamente pessoas da plateia. A tentativa de identificar a personagem Mastorna com Fellini através de cenas dos filmes do último é precária e desnecessária, pois está claro que o primeiro é o alter ego do diretor.
Esio Magalhães não tem muito a fazer como Mastorna, permanecendo o tempo todo com o semblante aparvalhado mediante as situações que se apresentam. Mais uma vez há um desperdício do talento de Beth Dorgan que põe seu humor no piloto automático e até nos faz rir em alguns momentos (o melhor deles ocorre no início do espetáculo ao acontecer o desastre aéreo).
Algumas boas soluções cenográficas e a bela cena final não salvam o espetáculo, dirigido com mão pesada por Pedro Granato.
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