Sala de Estar
O aconchegante Espaço Sobrevento fica a algumas quadras
do mastodôntico Templo do Cifrão, perdão, do Salomão do bispo Edir Macedo.
Poucos quarteirões e muitas diferenças os separam.
No último sábado tive o privilégio de ir ao espaço
Sobrevento por duas vezes. À tarde levei minha netinha Laura de oito meses para
o seu début teatral no Teatro para
Bebês realizado pelo grupo. A beleza já se inicia na sala de espera olhando
todos aqueles bebês rindo, chorando e se comunicando entre eles. As mamães, os
papais e, é claro, os vovôs, todos
maravilhados aguardando ansiosos tanto o espetáculo como a reação dos seus
pequeninos.
Público do Teatro Para Bebês
Bailarina é um
solo delicadíssimo de Sandra Vargas onde a atriz utilizando-se de poucos objetos,
de sons de uma caixinha de música e de alguns efeitos de luz entretém os bebês
por cerca de 30 minutos. Com muita delicadeza Sandra Vargas conta uma história
de superação onde se mostra que a queda também é necessária na vida.
Laura curtindo a caixinha de música
Ao final a atriz aproxima as crianças da caixinha de
música colocando-as em contato com a pequena bailarina que rodopia ao som da singela
música. Não tenho dúvidas que alguma coisa aconteceu naqueles pequenos corações
presentes no espetáculo.
À noite voltei ao Sobrevento para assistir a outra
delicadeza da companhia: Sala de Estar.
Os espectadores são colocados no meio do espaço teatral e com banquinhos
deslocam-se para cada sala de estar localizada nos cantos do espaço onde ouvirá
o relato do seu habitante. São seis cenas nascidas a partir de “confissões” dos
próprios atores. Utilizando-se largamente do Teatro de Objetos (um sofá, um
gaveteiro e os guardados nas suas gavetas, cartas, bonecos são tão personagens
quanto os atores em cena, além da figura do leão que perpassa todas as cenas nas
mais variadas formas) e das cores (cada cena é quase monocromática no cenário e
no figurino) a peça conta a histórias de uma senhora que odeia sofás, de uma
mulher obcecada pela relação com os pais, de uma jovem e seu gaveteiro, das
saudades que um jovem tem de seu pai, das cartas que uma mãe exilada envia às
suas filhas e de um homem de preto defronte a um espelho. Todo o ambiente é
bastante íntimo e o espectador sente-se parte daquelas histórias sobre a
fragilidade humana contadas com muita delicadeza. Seria o leão um símbolo de
como o homem é frágil perante a natureza? E o que representam as cores de cada
cena? Tenho minhas respostas e cada um tem a sua. Assim é e assim será.
Além de belos e de ser um alimento para a alma, os
espetáculos do Sobrevento são gratuitos. Por outro lado, para fazer suas
orações, você paga R$45,00 para entrar no Templo do Cifrão, perdão, do Salomão.
A ESCOLHA É SUA!
- O Espaço Sobrevento fica na Rua Coronel Albino Bairão, 42
a duas quadras do metrô Bresser –Mooca.
- O Teatro para Bebês ainda acontece nos sábados 23 (ás 11h
e às 15h) e 30 (às 15h).
- Sala de Estar
fica em cartaz até 31 de agosto, sábados e domingos às 18 e às 20h.
Obrigada Cetra!
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