Na
sexta feira, dia 21 de abril de 2017, foi feita no Itaú Cultural leitura dramática de Vem Buscar-Me Que Ainda Sou Teu, texto de Carlos Alberto Soffredini
(1939-2001). O evento foi realizado no espaço da Ocupação Laura Cardoso, uma vez que essa peça foi um dos grandes
sucessos da atriz que em 1990 interpretou o papel de Mãezinha na montagem de
Gabriel Villela.
Dirigida
por Renata Soffredini, filha do autor e tendo no elenco dois netos dele, Ian e
Tito, a leitura revestiu-se de grande sucesso comprovando as qualidades e a atualidade
do texto de Soffredini. Bem disse o encenador Ednaldo Freire, também presente
na noite, que O Mambembe de Artur Azevedo
e Vem Buscar-me Que Ainda Sou Teu são as peças que melhor mostram os
bastidores do teatro brasileiro. Com deliciosa linguagem popular e inspirado na canção Coração Materno de Vicente Celestino, Soffredini
mostra os meandros do circo-teatro tão popular até os anos 1950 e sua
decadência que é tão bem mostrada em uma das melhores cenas, aquela em que Cancionina
Song comunica à Mãezinha que vai abandonar a trupe. A peça é uma delícia de bons
achados dramatúrgicos e foi bastante enriquecida com a tradução cênica de Renata
e a música de Wanderley Martins que fez parte da primeira montagem, realizada
em 1979 dirigida por Iacov Hillel e aqui interpretada ao violão pelo
compositor.
Um
elenco bastante afiado cantou as canções e desfilou com brilho as personagens
criadas por Soffredini com destaque para Rafaela Puopolo como Mãezinha e Neusa
Romano como Amada Amanda.
A
reação do público foi de pura felicidade como se pode notar nas fotos
encartadas nesta matéria. Renata precisa urgentemente colocar de pé a encenação
de Vem Buscar-Me Que Ainda Sou Teu:
texto, elenco e trilha sonora ela já tem. Só falta patrocínio para levantar a
produção, coisa difícil nesses tempos de congelamento estúpido e míope da
cultura.
Já comentei em outras matérias: Soffredini é um dos autores mais importantes da dramaturgia brasileira do século XX, tendo em seu currículo obras primas como a desta matéria, Na Carrêra do Divino, Mafalda (sua primeira peça e uma das minhas preferidas), De Onde Vem o Verão, Mais Quero Asno Que Me Carregue do Que Cavalo Que me Derrube e O Pássaro do Poente. Urge que o teatro brasileiro redescubra sua obra para que as novas gerações possam usufruir desse tesouro.
Em tempo: Uma bem cuidada coleção de quatro livros contendo cronologia da vida e obra de Soffredini e textos de suas obras principais com análise das mesmas acaba de ser publicada pela Editora Giostri também por iniciativa de Renata Soffredini.
Em tempo: Uma bem cuidada coleção de quatro livros contendo cronologia da vida e obra de Soffredini e textos de suas obras principais com análise das mesmas acaba de ser publicada pela Editora Giostri também por iniciativa de Renata Soffredini.
23/04/2017
SÓ POR ESSE COMENTÁRIO: "Soffredini é um dos autores mais importantes da dramaturgia brasileira do século XX" SEU TEXTO JÁ VALE MINHA ADMIRAÇÃO, RESPEITO E ENORME GRATIDÃO. SOFFREDINI FOI UM AUTOR BRILHANTE, UM DIRETOR PRIMOROSO E UM GRANDE MESTRE, PORQUE TUDO QUE ELE FAZIA ERA ENSINAMENTO...ATÉ CONVERSANDO!!! TIVE A FELICIDADE E A HONRA DE SER SEU DISCÍPULO E AMIGO! UM SER HUMANO MARAVILHOSO E ARTISTA PRA SER LEMBRADO SEMPRE! TER PARTICIPADO DESSA LEITURA FOI UM REENCONTRO EMOCIONANTE COM A SUA OBRA! E COM ESSE ELENCO MARAVILHOSO, PURA ALEGRIA!
ResponderExcluirObrigado por suas palavras Celso Batista. Realmente temos que lutar junto com a Renata para o redescobrimento de obra tão importante. Foi um prazer vê-lo como Ruy Canastra.
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