Ontem,
dia 03 de março, aconteceu a abertura da 3ª MITsp. Na cerimônia de abertura
apresentada por uma simpática e descontraída Roberta Estrela Dalva houve os
discursos de praxe: Guilherme Marques falou em nome da organização do evento e
representantes dos patrocinadores também se manifestaram. Roberta não deixou de
comentar sobre os perigos que correm os espaços teatrais em função da
especulação imobiliária dando um sutil “puxãozinho de orelha” nas autoridades
presentes. Comentou também a importância da MITsp para a cidade, solicitando o
empenho de todos para a realização da 4ª MITsp em 2017.
O
espetáculo de abertura foi o instigante CINDERELA
do encenador Joël Pommerat com a Compagnie
Louis Brouillard. A peça é uma releitura radical da história de
Cinderela. Traumas infantis relativos à perda das mães rondam a jovem Sandra e
o príncipe, que de encantado não tem nada. A figura autoritária da madrasta é
apresentada de formas patética e ridícula, como ridículos são todos os
prepotentes e donos do poder.
Em
um palco vazio poucos adereços ilustram a vida daqueles seres, cada um a seu
modo, solitários e tristes: Sandra, seu pai, a madrasta, suas filhas e o
príncipe. O espaço é preenchido por belas projeções de imagens. A iluminação é
sóbria e a maioria da ação acontece quase na penumbra.
A
história é narrada por uma voz também muito triste que não tem certeza se
aquilo aconteceu exatamente daquele jeito, assim como, revela que parecem ter
sido as imaginações de Sandra e do príncipe que conduziram suas vidas. Tudo é
tão relativo, parece ser a conclusão que a peça nos oferece.
Interpretações
na medida certa e bastante contidas dão um ar frio à montagem o que parece ter
provocado os aplausos também contidos da plateia. O espetáculo merecia aplausos
mais vigorosos.
Um
senão: não me parece que esse espetáculo atraia menores de 16 anos, apesar dele
se classificar como infanto—juvenil.
VIVA
a MITsp que está apenas começando!
04/03/2016
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