Colabone fazendo a abertura da exposição/ocupação
Na
noite de 20 de janeiro de 2017 estreava no Centro Cultural São Paulo a peça Tempo de Viver, escrita, dirigida e
cenografada por Carlos Colabone. No final daquela tarde choveu torrencialmente
em São Paulo e a cidade virou um caos. Metrô parado, ruas alagadas, enormes
engarrafamentos. Muita gente não conseguiu chegar a tempo para a estreia.
Aqueles, como eu, que saiam da paisagem caótica lá de fora, se encantavam ao entrar
e se deparar com aquele ambiente plácido e encantador formado pela cenografia
do espetáculo. Diante daquela beleza eu me lembrei do texto de Eduardo Galeano
que reproduzo a seguir:
”Diego não conhecia
o mar. O pai, Santiago, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o
Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o
menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito
caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta imensidão do mar, e
tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. Quando finalmente
conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: Pai, por favor, me ajude a
olhar.”
Naquela
noite tormentosa ao adentrar aquele espaço, a minha vontade era dizer: “Carlos Colabone, por favor, me ajude a
olhar!”
Dinho Lima Flor
O olhar atento e carinhoso de Suia Legaspe
Marco Antônio Pâmio
Quem
não teve a oportunidade de assistir à peça, agora tem a chance de admirar e
ocupar a bela instalação que foi remontada no grande hall da Oficina Cultural
Oswald de Andrade. Na noite de abertura vários artistas e amigos de Colabone
realizaram pequenas performances recriando poesias, trechos de peças e de
livros evocando amizade, velhice, tempo ou mar, temas da peça do autor. Foi uma
noite mágica e poética, onde amigos se congraçaram. O teatro nos permite essas
maravilhas.
Tuna Dwek
André Acioli recriando o diálogo do último encontro entre Lear e Cordélia
Carol Badra
12/01/2018
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