No dia 14 de março de
2020 fui ao teatro pela última vez antes do início da pandemia, foi no SESC
Vila Mariana para assistir a Farm Fatale, espetáculo francês
apresentado na MITsp 2020.
Durante esta pandemia
interminável fui ao teatro duas vezes, uma delas para assistir Protocolo
Volpone (24/10/2020) (experiência única apresentada no estacionamento do
Teatro Arthur Azevedo) e a outra para rever a deliciosa Pescadora de Ilusão
(10/12/2020) a convite do GpeteanH e aproveitando para conhecer as incríveis
instalações e atividades da Paideia Associação Cultural.
Diante disso foi com
muita expectativa que saí de casa neste domingo (15/08/2021) para ir ao Teatro
Nair Bello para assistir teatro de verdade (nada contra o teatro virtual
que tem oferecido marcantes trabalhos neste 2021, mas que é outra coisa e não
teatro).
Não cabe aqui
comentar o sensível espetáculo O Último Concerto Para Vivaldi -
um dos melhores textos (senão, o melhor) de Dan Rosseto que também dirige a
encenação - mas o entorno e o encontro com pessoas queridas que eu não via há
muito tempo.
Já no saguão do
Shopping Frei Caneca os vi e os abracei “virtualmente”: Arnaldo D’Ávila,
Alberto Santoz, Carlos Rahal, Fábio Mrás, Homero Ligeri, Rafael Primot. Dentro
do teatro foi a vez do Fabio Câmara e da Kyra Piscitelli e ao final do
espetáculo o encontro com o elenco da peça: Amazyles de Almeida, Bruno Perillo
e Michel Waisman.
Tanto afeto reprimido
e tanta falta de gente de verdade que esses encontros poderiam se tornar uma
explosão de emoção, mas as restrições impostas pelos protocolos de segurança
como as máscaras e o distanciamento corporal tornaram os mesmos, pelo menos
para mim, superficiais e até artificiais. As vontades de dar um abraço
apertado, dar um beijo são reprimidas pela sensação de que aquela pessoa
querida possa ser o algoz que vai lhe infectar com o vírus da covid.
Foi com essa sensação
que saí do Teatro, desci as escadas rolantes do Shopping, subi a Frei Caneca
passando pela esquina com a Peixoto Gomide, onde uma multidão de jovens sem
máscaras se divertia e se confraternizava aos beijos e abraços. Pois é!
Subi a Augusta.
Metrô. Ônibus. Casa.
Ainda quero encontrar
toda essa gente querida e abraçá-los muito para compensar essa estranha
sensação que tive nesse frio domingo de agosto.
Ainda que virtual,
fica aqui um abraço apertado para vocês: Arnaldo, Alberto, Rafael, Carlos,
Fábio, Homero, Fabio, Kyra, Amazyles, Bruno e Michel.
UM DIA ELE VAI SER DE VERDADE!!
16/08/2021
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