POPERÓPERA TRANSTLÂNTICA
Uma deliciosa revista
musical do Grupo Mexa de São Paulo comandada com muito brilho por Ivana. Todos
interpretam, todos cantam, todos dançam, todos brilham.
Ivana
tem presença magnética em cena, com seu porte altivo e poderosa voz e o elenco
tem garra e energia para acompanha-la.
A
Odisseia e a volta de Ulisses para Ítaca são mero pretexto para cada um fazer
seu solo e depois brilhar no conjunto.
Puro
entretenimento, muito necessário para os dias de hoje.
Noto
que usei a palavra “brilho” três vezes neste curto texto. Não faz mal, o
espetáculo merece!
TIERRA
Como admirador da obra e do estilo do
dramaturgo/diretor uruguaio Sergio Blanco me incomoda concluir que ele está se
repetindo.
O trabalho é bom, mas
já não surpreende. É a utilização da mesma formula dos bem sucedidos
espetáculos anteriores, em especial do insuperável O Bramido de Dusseldorf.
Mais uma vez Sergio é
personagem da peça interpretado por um ator, misturando realidade (a morte da
mãe) com ficção, na chamada auto ficção; a peça inicia e é permeada com canções
cantadas em inglês e o elenco em vários momentos refere-se a cenas já
apresentadas em exercício de meta linguagem. Tudo isso é interessante, mas não
instigante porque já apareceu em quase todas as outras peças de Blanco e a
receita parece estar se esgotando.
A trama se arrasta
por três atos onde surgem os encontros do autor com seus entrevistados.
Após essas ressalvas
cabe elogiar o ótimo elenco (Sebastián Serantes compõem um excelente Sergio
Blanco e conduz a cena em grande estilo), a produção bem cuidada pode ser
notada no cenário que reproduz o chão de uma quadra de esportes e na luz, ambos
de Laura Leifert e Sebastião Marrero.
Alguns espectadores justificaram não ter apreciado a peça por não conhecer a obra de Sergio Blanco; acredito que seja exatamente o contrário: quem conhece a obra do autor é que nota a repetição tanto na forma como no conteúdo, gerando um desagradável sentimento de dejá vu.
14/09/2024
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