sexta-feira, 28 de março de 2014

FESTIVAL DE CURITIBA 2014 3 – ENTRE SALVADOR E SANTIAGO


 
     Dando continuidade à maratona teatral destes dias, no dia 27 de março assisti a dois espetáculos provenientes da Bahia e do Chile.
     UMA VEZ, NADA MAIS (Bahia).
     Este espetáculo faz parte da Mostra Bahiana no Fringe que é composta por sete espetáculos selecionados por Lázaro Ramos. Trata-se de uma comédia onde duas mulheres de origens diferentes vivem situações comuns ao mundo feminino. A originalidade da encenação está na interpretação sem palavras e com visual e gestual que remetem àqueles dos filmes mudos: os movimentos são acelerados e toda a ação é acompanhada por músicas tocadas ao piano. Em alguns momentos são ouvidos “reclames” (propagandas eram assim denominadas na época), trechos de novelas e músicas que eram transmitidos pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro nos anos 1940/1950. O maior mérito do espetáculo acaba sendo seu maior problema, pois a ideia se esgota nos primeiros dez minutos e a partir daí o mesmo se torna previsível e cansativo. Este fato não tira o valor das atrizes que fazem um belíssimo trabalho de expressão corporal: Lulu Pugliese é mais caricatural e Aicha Marques está perfeita como a personagem  menos favorecida pela sorte. A direção da peça é de Hebe Alves.
 
     OTELO (Chile).
 
Divulgação
 
     O clássico de Shakespeare foi adaptado para dois atores/manipuladores de bonecos que representam o quarteto principal da tragédia: Otelo e Desdemona (bonecos), Iago e Emília (atores). Os dois atores (Jaime Lorca e Teresita Iacobelli) junto com Christian Ortega são responsáveis pela adaptação (centrada nos dois últimos atos do original) e pela direção da montagem. A manipulação dos bonecos é muito precisa e em certos momentos o corpo do boneco se mescla com o do ator criando um efeito muito interessante. Jaime Lorca e Teresita Iacobelli são atores poderosos alterando com muita flexibilidade as entonações de cada personagem a que dão voz. Apenas uma cama, alguns objetos e as cabeças de Otelo, Desdemona e Cassius são suficientes para os dois atores nos contarem a “triste história de Otelo, o mouro de Veneza”. Belo e forte espetáculo assistido com muita atenção pelo público presente no imenso Guairão e aplaudido entusiasticamente ao final.
 
Divulgação
 

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