Cercado
de bem cuidada produção (o belo desenho de luz de Caetano Vilela, os cenários e
figurinos de Fábio Namatame e a trilha sonora de Egberto Gismonti que usa temas
já conhecidos do compositor com outros compostos especialmente para a peça e
que até cita numa versão para piano a bela canção de Henry Mancini composta
para o filme homônimo de 1962), Fábio Assunção usou de maneira impecável o
espaço cênico do Viga para contar a triste história de Mona e Donal, dois
jovens irlandeses provenientes de Belfast que se conhecem quando estão de
mudança para Londres; lá estreitam relações, se casam, têm um filho e
literalmente afogam suas vidas na bebida. A história (texto do norte americano
J. P. Miller adaptado pelo dramaturgo irlandês Owen McCafferty) é mostrada de
maneira linear e depende de bons atores para ser bem contada.
Daniel
Alvim e Carolina Mânica dão vida a Donal e Mona com total entrega. O desempenho
dos dois coroa os méritos dos outros elementos da montagem. Além dos grandes
desempenhos os dois atores fazem a contrarregragem do espetáculo diante do
público quase como um balé.
Carolina Mânica (Mona)
Daniel Alvim (Donal)
A
peça não denuncia, mas alerta sobre os males do vício do alcoolismo e tem um
dos finais mais tristes e patéticos já vistos em nossos palcos. Impossível não
se emocionar com uma depauperada Mona se dirigindo tropegamente em direção a Donal,
sabendo que seus caminhos nunca mais se encontrariam. Comoção no palco e na
plateia.
DIAS
DE VINHO E ROSAS está em cartaz no Viga Espaço Cênico às sextas (21h30), aos sábados
(21h) e aos domingos (19h) até 21 de junho.
17/05/2015
quero ver esse espetáculo. beijos, pedrita
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