Shakespeare
teria pouco menos de 30 anos quando escreveu esta comédia por volta de 1592 e
agora um grupo na mesma faixa de idade é responsável por nova montagem da mesma
( a última montagem em São Paulo foi em
1994 com o Grupo Ornitorrinco dirigida por Cacá Rosset).
A Comédia dos Erros é o tipo de texto que
em mãos não habilidosas pode fazer jus ao seu título, mas Tom Muszkat Cortese
(tradutor e adaptador do texto) e Maristela Chelala (diretora) sabiam muito bem
o que estavam fazendo e o resultado é um dos mais divertidos espetáculos do
ano.
Por
questões bélicas e acidentais (um naufrágio) os gêmeos de nomes Antífolo e seus
servos, também gêmeos, de nomes Dromio são separados ainda bebês. Uma dupla de
patrão/servo cria-se em Siracusa e a outra em Éfeso. Anos mais tarde os quatro
se encontram em um mesmo lugar e a confusão está criada.
Cortese
e Chelala optaram por utilizar os mesmos atores para interpretarem cada par de
gêmeos e com a solução cênica encontrada o resultado é não menos que hilário, culminando
na cena final do encontro dos dois Dromios que é digna de antologia.
A
adaptação de Cortese usa linguagem coloquial sem vulgarizar nem empobrecer o
conteúdo e a direção de Chelala tem soluções divertidas e criativas usando e
abusando do talento histriônico do elenco jovem e carismático. Não há como não
destacar os dois deliciosos e divertidos Dromios interpretados por Renato Bego
e os Antífolos, dos quais se encarrega com muito garbo Tom Muszkat Cortese. Sem
identificação ator/personagem na ficha técnica do programa, fica difícil
mencionar este ou aquele nome do homogêneo elenco, mas como não se lembrar da
graça das duas irmãs Adriana e Luciana, da abadessa, do “charme” da criada e da
cortesã que em seu divertido monólogo arrancou aplausos do público.
O
bom uso do espaço alternativo do VIGA
Espaço Cênico, os figurinos de Marcela Donato e a iluminação precisa de
Rodrigo Campos colaboram para o bom resultado desta saborosa montagem que é
pura delícia que faz rir e que ainda nos faz pensar no eterno “Mas afinal, quem
sou eu?”
Com o objetivo de formação de público, a peça é endereçada ao público jovem, que terá uma excelente porta de entrada ao mundo do teatro; a
montagem, porém, agrada a toda e qualquer idade.
A peça está indicada ao Premio APCA de 2018 como "Melhor espetáculo para público jovem".
A peça está indicada ao Premio APCA de 2018 como "Melhor espetáculo para público jovem".
Ao
final do espetáculo eu soube que boa parte do jovem elenco é egressa do bem
sucedido Núcleo Experimental de Artes
Cênicas do SESI-SP e fez parte de
um, a meu ver, não tão bem sucedido espetáculo realizado no início deste ano no
Centro Cultural Fiesp. Seria essa a
origem do nome “Companhia Nefanda”?
A
COMÉDIA DOS ERROS está em cartaz no VIGA Espaço Cênico até o próximo domingo,
dia 16/12 com sessões aos sábados às 16h e aos domingos às 14h30. No domingo
(16) haverá uma sessão extra matinal (verificar o horário pelo telefone 3801-1843).
NÃO PERCA!
09/12/2018
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