Ontem
foi o dia de ir ao teatro pela 217ª vez neste 2018. E a despedida da temporada
teatral deste ano não podia ter sido melhor. Assisti ao novo espetáculo da Antropofágica, companhia que sempre nos
oferece boas surpresas.
Emergêncya, sigla para Espasmos Mnemônicos
Extra Reacionários Geradores
de Experiências sobre Natureza e Cultura de Ilações Anti-capitalistas (o grupo adora
siglas e não contente com isso joga um Y
no lugar do I de ilações!) é o título
do novo trabalho. Plasticamente
belíssima com impecável trilha sonora tocada ao vivo pela banda conduzida por
Lucas Vasconcelos esta talvez seja a montagem mais sofisticada do ponto de
vista formal realizada pelo grupo. Espetáculo de conjunto com pouco uso da
palavra e que toca o espectador tanto no aspecto social como no pessoal. As
referências ao teatro de Tadeuz Kantor estão sempre presentes, mas cada vez
mais originais e com a cara do grupo liderado por Thiago Vasconcelos.
Sem
dados sobre a ficha técnica do espetáculo fica difícil ressaltar nomes, porém, vale
lembrar as imagens geradas pela câmera na parte final do espetáculo, o
belíssimo vídeo com os corpos cobertos e o elenco homogêneo e talentoso que se
desincumbe da complexa movimentação cênica que é uma verdadeira coreografia.
O Espião pertencente a Terror e Miséria do Terceiro Reich de
Bertolt Brecht mostra um casal na Alemanha de Hitler temeroso que o filho os
delate para a Gestapo. Esta cena serve de prólogo ao espetáculo e é apresentada
no saguão do espaço. Apesar de bastante pertinente para o momento atual, ela
aparece bastante deslocada tanto do ponto de vista formal, como do conteúdo do
espetáculo em si.
EMERGÊNCYA
fica em cartaz até sexta feira (20) sempre às 20h no Espaço Pyndorama (Rua
Turiassú, 481) e no sábado (21) no mesmo horário a companhia apresenta o seu Kabaré Antropofágico, oportunidade de eu
incluir o 218º na lista dos espetáculos do ano.
20/12/2018
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