O melhor (e o pior) do teatro em São Paulo em 2018 na
visão de José Cetra Filho
Nesta altura dos acontecimentos já foram
publicadas tantas listas dos melhores do ano que fico até receoso de publicar a
minha, mas por outro lado quero deixar públicas as minhas preferências, uma vez
que há espetáculos que estão na minha lista de melhores que não aparecem em
nenhuma outra lista, assim como, há trabalhos que incluo nos piores do ano e
que alguns classificam entre os melhores.
O ZESCAR é minha lista pessoal. Ela leva em
conta os 217 espetáculos a que assisti no ano e nada tem a ver com a minha
participação em comissões de premiação onde os premiados são eleitos por
votação e nem sempre correspondem àqueles que classifico como os melhores.
Para
não ser totalmente injusto, listo também aqueles “perdidos” que julgo terem
sido importantes. É incrível que mesmo indo ao teatro de 4 a 5 vezes por semana
e tendo assistido a 199 peças teatrais ainda restaram 19 que não tive a
oportunidade de ver.
Distribuo
também os RACSEZ para os piores do ano, mas me permito ser politicamente
correto não divulgando essa lista, pois atrás de cada um desses 22 (!!) títulos
correram sangue, suor e lágrimas para sua realização.
Meus
preferidos são contemplados “virtualmente” com o troféu ZESCAR.
Essa
história do ZESCAR começou com uma brincadeira. Há muitos anos que faço minha
lista particular do que considero os melhores do teatro e do cinema. Minha
cunhada um dia brincou perguntando quando eu ia distribuir o ZESCAR (amálgama
de Zé com o Oscar do cinema norte americano). A partir daí esse se tornou o
nome da minha lista e nos últimos anos eu a torno pública através deste blog.
O
teatro brasileiro ficou mais pobre em 2018 com a partida de tanta gente
insubstituível: Beatriz Segall, Jacó Guinsburg, Roger Avanzi (Palhaço
Picolino), Tônia Carrero, Cacilda Lanuza, Cidinha Milan, Henrique César, Gessy
Fonseca, Joel Barcelos.
Minha
lista está dividida em categorias e não há um número certo para cada categoria
(se listo só dois é porque foram só eles, assim como posso listar sete ou
mais). Por categoria, a lista está em ordem alfabética.
Desde
o ano passado tenho atribuído o ZESCAR
DE OURO àquele espetáculo hors
concours que por seu conjunto se destacou dos demais e me tirou do chão
cumprindo o que Ferreira Gullar chamou de arte. Em 2017 foi Refluxo e neste ano não posso deixar de
destacar quatro títulos que apresentados de forma relativamente discreta
tornaram-se as grandes revelações do ano. São eles: HOTEL TENNESSEE (direção de Brian Penido Ross e Ana Lys), as duas PEQUENA LADAINHA (autoria e direção de
Chico Carvalho) e AI-5 (concepção de
Paulo Maeda).
ESPETÁCULOS:
-
A Comédia dos Erros (SP)
-
Agosto (RJ)
-
Anatol (SP)
-
Aproximando-se de A Fera na Selva (SP)
-
Hollywood (RJ)
- Michel III – Uma Farsa à Brasileira (SP)
-
Navalha na Carne Negra (SP)
-
O Escândalo Philippe Dussaert (RJ)
- Ordinários (SP)
-
Peça Para Adultos Feita Por Crianças (SP)
-
PI – Panorâmica Insana (SP)
-
Pousada Refúgio (SP)
ESPETÁCULOS MUSICAIS:
-
Bibi – Uma Vida em Musical (RJ)
-
Carmen – A Grande Pequena Notável (SP)
-
Elza (RJ)
DIREÇÃO:
-
André Paes Leme – Agosto
-
Bia Lessa – Pi – Panorâmica Insana
-
Christiane Jatahy – Ítaca – Nossa Odisseia 1
-
Duda Maia – Elza
-
Eduardo Tolentino – Anatol
-
Gustavo Paso – Hollywood
-
Kleber Montanheiro – Carmen – A Grande Pequena Notável
-
Naruna Costa – Buraquinhos ou O Vento É Inimigo do Picumã
-
Rita Batata – Tubarão Banguela
-
Sébastien Brottet-Michel – As Irmãs Siamesas
ATRIZ:
-
Aline de Luna – Josephine Baker, a Vênus Negra
-
Ana Lys – Hotel Tennessee
-
Clara Carvalho – A Profissão da Sra. Warren
-
Danna Lisboa – As 3 Uyaras de SP City
-
Fabiana Gugli – Refúgio
-
Guida Vianna - Agosto
-
Helô Cintra Castilho – Aproximando-se de A Fera na Selva
-
Lara Córdula – O Mal Entendido
-
Lucelia Sergio – Navalha na Carne Negra
-
Patrícia Gordo – A Serpente
ATOR:
-
Claudio Fontana – Estado de Sítio
-
Gilberto Gawronski – A Ira de Narciso
-
Kenan Bernardes – Medea Mina Jeje
-
Marcelo Diaz – Michel III – Uma Farsa à Brasileira
-
Marcos Caruso – O Escândalo Philippe Dussaert
-
Maurício de Barros – Pousada Refúgio
-
Rodrigo Pandolfo – PI – Panorâmica Insana
-
Victor Mendes – Andy
-
Vitor Placca – o Desmonte
DRAMATURGIA NACIONAL:
-
Amarildo Felix – O Desmonte
-
Chico Carvalho – Pequena Ladainha 1 e 2
-
Fabio Brandi Torres – Michel III – Uma Farsa à Brasileira
-
Leonardo Cortez – Pousada Refúgio
-
Marcos Damaceno – Homem ao Vento
-
Marina Corazza – Aproximando-se de A Fera na Selva
OUTROS DESTAQUES:
-
Um salve geral a todos os técnicos (cenógrafos, figurinistas, iluminadores,
sonoplastas, contrarregras, coreógrafos) que enriquecem a cena teatral
paulistana.
ESPECIAIS (PROJETOS E EVENTOS):
-
15 anos da Velha Companhia com apresentação de seus últimos espetáculos.
-
10 anos da Cia. Mungunzá com retrospectiva de seus espetáculos, incluindo nova
versão de Luis Antonio-Gabriela com uma travesti no papel de Gabriela e
lançamento de livro comemorativo.
.
ACOLHIMENTO:
- Bar do Teatro de Contêiner
PROGRAMAS NOTÁVEIS (Produção gráfica e
conteúdo):
-
A Noite de 16 de Janeiro (jornal)
-
Bibi – Uma Vida em Musical
-
Estado de Sítio
-
Eu Estava em Minha casa e Esperava Que a Chuva Chegasse
-
Roda Viva
-
Romeu e Julieta – O Musical
-
Sonho de Uma Noite de Verão
ESPETÁCULOS ESTRANGEIROS:
-
887 (Canadá) (Sesc)
-
Árvores Abatidas (Polônia) (MIT)
-
Campo Minado (Argentina) (MIT)
-
El Bramido de Düsseldorf (Argentina) (Mirada)
-
Mucho Ruido Por Nada (Peru) (Mirada)
-
Néfes (Alemanha) (Temporada de Dança Alfa)
ESPETÁCULOS TEATRAIS PERDIDOS:
-
À Procura de Emprego
-
Cabaré Transperipatético
-
Cérebro, Coração
-
Daqui Ninguém Me Tira
-
Diga que Você Já Me Esqueceu
-
Fred & Jack
-
Histórias Extraordinárias
-
Mortos Vivos
-
Natasha, Pierre e o Grande Cometa de 1812
-
Necropolítica
-
O Jornal – The Rolling Stone
-
O Julgamento de Joana D’Arc
- Os Vilões de Shakespeare
- Space Invaders
- Sra.X, Srta.Y
- Sutura
- Tick Tick Boom
- Tudo de Novo
-
Venus Ex Libris
Foram
poucos os concertos, óperas e shows a que assisti neste ano, dedicando meu
tempo aos espetáculos teatrais, haja vista a participação no júri de teatro da
Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Segue abaixo os destaques
dentre ao que assisti:
ÓPERAS:
- Sonho de Uma Noite de Verão, com direção
de Jorge Takla (Theatro São Pedro)
CONCERTOS:
- Too Hot To Handel (versão jazzística
do “Messias” de Handel pela OSESP, regida por Marin Alsop)
SHOW:
- Desancora (Barca dos Corações Partidos)
-
Cia. do Tijolo no Itaú Cultural
DANÇA:
-
Temporada de dança do Teatro Alfa
RESUMO:
-
TEATRO: 199
-
CONCERTO: 5
-
SHOW: 5
-
ÓPERA: 1
-
DANÇA: 7
-
CIRCO: -
-
TOTAL: 229
RACSEZ PARA OS PIORES DO ANO:
Consegui selecionar 22 títulos que, para
mim, foram os grandes constrangimentos de 2018.
Trabalho maravilhoso Cetra!!!! Me perdoe pela ignorância desse trabalho maravilhoso (e árduo, pois ver todos esses trabalhos em cena e depois analisa-los um a um não é nada facil...)
ResponderExcluirVocê é uma pessoa maravilhosoa, com um senso estético de poucos. É uma honra e um prazer conhece-lo. Belo trabalho. E que 2019 traga novos desafios nos palcos desta vida louca em que aceitamos nos aventurar....
Obrigado Emerson. Ser espectador apaixonado tem dessas coisas. Abração.
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